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    Bons shows consideram o que público quer, diz Kaiser Chiefs, que toca em SP

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    26/05/2016 02h04

    Você vai a um show do Deep Purple esperando por "Smoke on the Water". Pede que Echo and the Bunnymen toque "The Killing Moon". E sabe que "Under the Bridge" é sempre o momento catártico dos Red Hot Chili Peppers.

    Nessa tradição roqueira, o próximo dia 12 de junho é a data para pular escutando "I Predict a Riot" (eu prevejo uma revolta), o brado retumbante da banda britânica Kaiser Chiefs, no show que encerra em São Paulo o 20º Cultura Inglesa Festival.

    Rock de batida marcial, com refrão bom para se cantar junto, a música sobre protestos nas ruas está no álbum "Employment" (2005), o primeiro da banda –sem contar "22" ( 2003), lançado quando o grupo se chamava Parva.

    Eduardo Anizelli - 23.jan.2015/Folhapress
    Show da banda Kaiser Chiefs, no estádio do Morumbi, em janeiro de 2015
    Show da banda Kaiser Chiefs, no estádio do Morumbi, em janeiro de 2015

    "Sabemos da força desse sucesso", diz à Folha o baixista Simon Rix. "Temos que incluir essa música, sempre. Um bom show leva em conta o que a gente acha relevante e aquilo que o público quer."

    No caso do Kaiser Chiefs, os maiores hits estão concentrados nos dois primeiros discos. Na estreia, houve também o estouro de "Everyday I Love You Less and Less". No segundo, "Yours Truly, Angry Mob" (2007), foi "Ruby" que tocou no mundo todo.

    A banda gravou mais três discos: "Off with Their Heads" (2008), "The Future Is Medieval" (2011) e "Education, Education, Education & War" (2014). Mesmo sem singles de sucesso estrondoso, conduziram turnês que deram ao Kaiser Chiefs a fama de ser espetacular ao vivo.

    Ouça no deezer

    "Falam muito da energia dos nossos shows, isso nos deixa felizes. Mas é assim que o rock tem de ser, não? Ninguém começa a arranhar a guitarra na garagem para depois ficar tocando quieto no palco", comenta Rix.

    O público brasileiro já sentiu a fúria do quinteto ao vivo, em três vindas ao país. Em 2008, o Kaiser Chiefs tocou no festival paulistano Planeta Terra. Em 2013, no Lollapalooza, no Jockey Club de São Paulo, quando o vocalista Ricky Wilson extrapolou sua já famosa insanidade nos shows ao escalar a estrutura metálica de sustentação do palco, sob gritaria da plateia.

    Em 2015, a banda passou por Porto Alegre, São Paulo, Rio e Belo Horizonte, abrindo os shows do Foo Fighters.

    Rix elogia os fãs brasileiros e afirma não fazer isso por bajulação. "Não é aquilo de chegar a um país e dizer sempre que aquela é a melhor plateia do mundo. Os brasileiros são realmente incríveis, vão empurrando o show para cima. As pessoas mexem o corpo de um jeito que nós não vemos em outros países."

    NAÇÃO ZUMBI

    No dia 12, no Memorial da América Latina, o Kaiser Chiefs terá ajuda para fazer o público se mexer. Antes dos ingleses quem sobe ao palco é a banda pernambucana Nação Zumbi, no embalo das comemorações dos 20 anos do álbum "Afrociberdelia".

    O Cultura Inglesa Festival, todo gratuito, começa nesta quinta (26). O tema é "British Invasion", o movimento de músicos britânicos –liderados por Beatles e Stones– que causou uma revolução cultural, lançando tendências nos anos 1960.

    Além de uma exposição interativa no Centro Cultural São Paulo, haverá programação de cinema, teatro e dança em vários endereços.

    O show de encerramento com um grande nome britânico já é tradição. Eis a lista: Gang of Four (2011), Franz Ferdinand (2012), Kate Nash (2013), Jesus and Mary Chain (2014) e Johnny Marr (2015).

    KAISER CHIEFS
    QUANDO dom. (12/6); horário a ser anunciado
    ONDE Memorial da América Latina, av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. (11) 3823-4600
    QUANTO grátis; informações sobre o festival e retirada de ingressos em www.culturainglesasp.com.br

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