Você vai a um show do Deep Purple esperando por "Smoke on the Water". Pede que Echo and the Bunnymen toque "The Killing Moon". E sabe que "Under the Bridge" é sempre o momento catártico dos Red Hot Chili Peppers.
Nessa tradição roqueira, o próximo dia 12 de junho é a data para pular escutando "I Predict a Riot" (eu prevejo uma revolta), o brado retumbante da banda britânica Kaiser Chiefs, no show que encerra em São Paulo o 20º Cultura Inglesa Festival.
Rock de batida marcial, com refrão bom para se cantar junto, a música sobre protestos nas ruas está no álbum "Employment" (2005), o primeiro da banda –sem contar "22" ( 2003), lançado quando o grupo se chamava Parva.
Eduardo Anizelli - 23.jan.2015/Folhapress | ||
Show da banda Kaiser Chiefs, no estádio do Morumbi, em janeiro de 2015 |
"Sabemos da força desse sucesso", diz à Folha o baixista Simon Rix. "Temos que incluir essa música, sempre. Um bom show leva em conta o que a gente acha relevante e aquilo que o público quer."
No caso do Kaiser Chiefs, os maiores hits estão concentrados nos dois primeiros discos. Na estreia, houve também o estouro de "Everyday I Love You Less and Less". No segundo, "Yours Truly, Angry Mob" (2007), foi "Ruby" que tocou no mundo todo.
A banda gravou mais três discos: "Off with Their Heads" (2008), "The Future Is Medieval" (2011) e "Education, Education, Education & War" (2014). Mesmo sem singles de sucesso estrondoso, conduziram turnês que deram ao Kaiser Chiefs a fama de ser espetacular ao vivo.
"Falam muito da energia dos nossos shows, isso nos deixa felizes. Mas é assim que o rock tem de ser, não? Ninguém começa a arranhar a guitarra na garagem para depois ficar tocando quieto no palco", comenta Rix.
O público brasileiro já sentiu a fúria do quinteto ao vivo, em três vindas ao país. Em 2008, o Kaiser Chiefs tocou no festival paulistano Planeta Terra. Em 2013, no Lollapalooza, no Jockey Club de São Paulo, quando o vocalista Ricky Wilson extrapolou sua já famosa insanidade nos shows ao escalar a estrutura metálica de sustentação do palco, sob gritaria da plateia.
Em 2015, a banda passou por Porto Alegre, São Paulo, Rio e Belo Horizonte, abrindo os shows do Foo Fighters.
Rix elogia os fãs brasileiros e afirma não fazer isso por bajulação. "Não é aquilo de chegar a um país e dizer sempre que aquela é a melhor plateia do mundo. Os brasileiros são realmente incríveis, vão empurrando o show para cima. As pessoas mexem o corpo de um jeito que nós não vemos em outros países."
NAÇÃO ZUMBI
No dia 12, no Memorial da América Latina, o Kaiser Chiefs terá ajuda para fazer o público se mexer. Antes dos ingleses quem sobe ao palco é a banda pernambucana Nação Zumbi, no embalo das comemorações dos 20 anos do álbum "Afrociberdelia".
O Cultura Inglesa Festival, todo gratuito, começa nesta quinta (26). O tema é "British Invasion", o movimento de músicos britânicos –liderados por Beatles e Stones– que causou uma revolução cultural, lançando tendências nos anos 1960.
Além de uma exposição interativa no Centro Cultural São Paulo, haverá programação de cinema, teatro e dança em vários endereços.
O show de encerramento com um grande nome britânico já é tradição. Eis a lista: Gang of Four (2011), Franz Ferdinand (2012), Kate Nash (2013), Jesus and Mary Chain (2014) e Johnny Marr (2015).
KAISER CHIEFS
QUANDO dom. (12/6); horário a ser anunciado
ONDE Memorial da América Latina, av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. (11) 3823-4600
QUANTO grátis; informações sobre o festival e retirada de ingressos em www.culturainglesasp.com.br