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    Banda americana com pegada 'tex-mex', Calexico toca em São Paulo

    JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    09/06/2016 02h41

    Duas décadas separam a fundação do Calexico e sua estreia num palco paulistano, prevista para sábado (11), no Cine Joia, como parte da turnê de "Edge of the Sun" (2015), oitavo álbum de estúdio.

    A banda norte-americana de Tucson, cidade no Estado do Arizona, passou esses 20 anos produzindo uma música cuja melhor definição pode ser "fronteiriça", por casar elementos do indie rock –e do folk e do alt. country– com música tradicional mexicana, além de outros flertes latinos.

    O baterista e pianista John Convertino, que divide a liderança do Calexico com o cantor e guitarrista Joey Burns, prefere definir seu som como "eclético". "A palavra nem soa tão bem, pois parece um pouco metida, e não acho o Calexico metido. Mas nos descreve bem porque nossa música vai para vários lugares sonoros", afirma o músico.

    Divulgação
    John Convertino e Joey Burns, integrantes da banda Calexico
    John Convertino e Joey Burns, integrantes da banda Calexico

    Há quem diga que essa música dialogou com o Norte do Brasil no disco que o grupo lançou em 2012, "Algiers", pois sua faixa-título guarda semelhanças com uma guitarrada paraense. Convertino se diz surpreso com a comparação.

    "Nunca tinha ouvido essa! Sempre amei samba, a trilha do filme 'Orfeu Negro'... Mas, quando escuto ritmos dos quais gosto, tento dar minha própria cara a eles. Tento deixar uma conexão acontecer, não imitá-los."

    Apesar de reconhecer o status de banda cult, o que permite ao Calexico lançar álbuns exclusivos para serem vendidos na estrada e no site oficial, Convertino avisa que não deve ofertar esses produtos aos fãs paulistanos. É que ser uma banda cult também tem seus percalços.

    "Acho que a gente vai chegar e partir no mesmo dia, o que é muito triste", lamenta. "Nessas turnês econômicas, não conseguimos fazer tudo o que queremos."

    "Mas temos muito orgulho dos nossos fãs. Alguns nos acompanham desde o comecinho. Outros transformaram seus filhos em nossos fãs. E há até filhos que transformaram seus pais em nossos fãs. Isso é uma sorte", diz.

    TRUMP

    A mesma sorte Convertino espera que os Estados Unidos tenham ao barrar o empresário Donald Trump na eleição presidencial norte-americana, marcada para novembro.

    O Calexico, que sempre tentou diminuir as barreiras entre a música de seu país e do país vizinho, inclusive trabalhando com músicos mexicanos, agora convive com a ameaça da construção de um muro gigante separando as duas nações.

    "Infelizmente, já existe uma muralha e uma cerca entre os dois países. Trump quer apenas aumenta-las e deportar todos os imigrantes sem documentos", aponta Convertino.

    "Estou morando em El Paso, no Texas, e passo do lado dessa cerca acenando para as pessoas todos os dias. Vejo gente vindo e voltando para o México pela ponte. A gente tem tanta coisa em comum e há tanto potencial para os dois países se unirem...".

    "Dividir e isolar seria a pior coisa para o México e para os Estados Unidos. Não acho que aquele trouxa vá se tornar presidente. Com a Hillary, as coisas serão melhores, pois ela seguirá mais pelo caminho do Obama", acredita.

    A abertura do show fica a cargo da banda baiana Maglore, que promove "III" (2015), seu terceiro álbum.

    CALEXICO
    QUANDO sáb. (11), às 22h30
    ONDE Cine Joia, pça. Carlos Gomes, 82, tel. (11) 3101-1305
    QUANTO R$ 140
    CLASSIFICAÇÃO 18 anos

    Edição impressa

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