O fenômeno da cultura pop "Hamilton" dominou neste domingo (12) o Tony, mais importante premiação de teatro dos Estados Unidos, que neste ano ganhou tom sóbrio por causa do ataque a tiros em uma boate gay em Orlando (EUA).
Muitos participantes discursaram no palco sobre a tragédia, que deixou ao menos 50 mortos. O anfitrião James Corden iniciou o show com um discurso em honra às vítimas e pessoas afetadas:
"Sua tragédia é nossa tragédia. O ódio nunca irá vencer", afirmou. "O show de hoje se mantém como símbolo e celebração deste princípio."
A atriz Jessica Lange, que ganhou seu primeiro Tony como a viciada em morfina Mary Tyrone, de "Long Day's Journey Into Night", disse que a honra lhe "enche de felicidade, mesmo em um dia triste".
Frank Langella, que venceu pela quarta vez a categoria de melhor ator em uma peça sobre um patriarca que sofre de Alzheimer, "The Father", disse que a comunidade teatral oferece todo apoio às vítimas.
"Peço a vocês, de Orlando, que sejam fortes", disse.
HIT DA BROADWAY
Recordista de indicações na história da premiação —concorria em 16 categorias —, "Hamilton" ganhou 11 dos principais prêmios da Broadway, incluindo os de melhor musical, melhor ator, melhor direção, melhor trilha sonora e melhor libreto para o criador Lin-Manuel Miranda.
O musical, que conta a história de um dos fundadores dos Estados Unidos, Alexander Hamilton, e discute economia e Constituição ao som de hip-hop, rap, R&B e em batalhas de MCs (torneios de rimas improvisadas), também levou outras estatuetas de atuação e diversos prêmios técnicos.
"Hamilton" é a mais bem-sucedida peça de Nova York em anos: antes do Tony, venceu a categoria teatral do Pulitzer, levou um Grammy, entre outras condecorações.
Com sessões lotadas, o espetáculo lucra cerca de US$ 500 mil (R$ 1,8 milhão) por semana.