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    Moda

    Primeira edição do Rio Moda Rio quer resgatar 'autoestima' carioca

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    14/06/2016 02h50

    Quatro temporadas de moda e uma das maiores crises no varejo nacional separam a última edição do Fashion Rio, em abril de 2014, e a primeira do Rio Moda Rio, evento de desfiles, música e gastronomia que começa nesta terça (14) e pretende "resgatar a autoestima da moda carioca", segundo o empresário Luiz Calainho.

    Sócio da L21 Participações, ele se juntou à Dream Factory, detentora do Rock in Rio, para levar às passarelas montadas no Pier Mauá, zona portuária, e a outros cartões-postais da cidade 14 apresentações de uma parcela do estilo carioca que ainda resiste às oscilações do mercado.

    Antes dos desfiles de grifes como Osklen, Blue Man e Andrea Marques, este primeiro dia reserva uma celebração ufanista da época de ouro da costura carioca, entre os anos 1980 e 1990, quando a baía de Guanabara irradiava tendências para o resto do país.

    A apresentadora Xuxa subirá com roupa colorida à passarela da Yes, Brazil, ícone do estilo carioca. A Company, sucesso de vendas dos anos 1980 e que produzia mochilas cobiçadas, ganhará releitura feita pela Farm e pela Foxton, grifes do grupo Soma.

    Num outro extremo, no mesmo "desfile-homenagem", Adriana Calcanhotto cantará para a grife Maria Bonita. A alfaiataria clássica de George Henri (1946-1991) também será um dos motes da apresentação, e a atriz e ex-modelo Sílvia Pfeifer, 58, vestirá criações do estilista.

    Da geração de estilistas órfãos do Fashion Rio, Andrea Marques, 45, produz uma das modas mais autorais e aguardadas do Rio Moda Rio. A designer niteroiense, que desde 2013 não desfila numa semana de moda, apresentará nova coleção na quinta (16).

    "A parada na programação de desfiles do Rio fez bem para repensarmos o formato de apresentação. Estamos experimentando outras formas de mostrar a roupa", diz Andrea.

    Sua coleção, inspirada no Rio, ocupará a sala de desfile "com um caminhar diferente da passarela convencional".

    FORA DA PASSARELA

    As marcas têm liberdade para criar apresentações que não precisam se resumir ao vaivém na passarela.

    A Osklen, uma das que escolheram fazer desfiles externos, se apresentará no Museu do Amanhã, na região central. Dentro do Píer, a Blue Man, símbolo da moda praia carioca, montará uma espécie de fábrica onde funcionários da grife costurarão e participarão da performance.

    Embalados por uma trilha industrial, os modelos desfilarão biquínis, maiôs e peças masculinas estampadas com flora e fauna internacional.

    "A ideia é mostrar um tropical do mundo, imagens que parecem ser brasileiras, mas não são", diz Sharon Azulay, filha de David e que assumiu as rédeas da marca. Para ela, o retorno de uma semana de moda no Rio é "um carinho" para uma indústria massacrada pela crise.

    "Além de termos ficado esquecidos no contexto da moda brasileira após a extinção do Fashion Rio, muitos empresários cariocas fecharam as portas. Mostrar nossa cara, nesse momento, faz bem para indústria e para o público", diz a empresária.

    Diferentemente das semanas de moda convencionais, serão vendidos ingressos que dão acesso a uma feira de marcas iniciantes, a um espaço da marca Natura onde haverá shows com artistas e a uma praça de alimentação comandada por chefs.

    O valor diário, de R$ 65, não dá acesso às salas de desfile.

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