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    Stênio Garcia volta ao teatro após 18 anos em 'O Último Lutador'

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    17/06/2016 02h13

    O ator Stênio Garcia habitou-se a assumir tipos durões que escondem um traço de ternura na alma. Em uma sala do Teatro Porto Seguro, onde protagoniza a partir desta sexta (17) a peça "O Último Lutador", ele sorri quando o ator Clint Eastwood é mencionado.

    Com texto do dramaturgo mineiro Marcos Nauer, o espetáculo retrata o momento em que um patriarca, por causa de um câncer, tem de mudar o jeitão ríspido com que costuma tratar os filhos.

    "A Menina de Ouro" foi referência para a composição do personagem, tanto para Stênio como para o autor. No filme de 2004, além da direção, Eastwood assume o papel de um velho treinador de boxe que se recusa a ensinar mulheres, até ser vencido pela insistência de Maggie, papel que rendeu à atriz Hilary Swank um Oscar.

    Lenise Pinheiro/Folhapress
    Stênio Garcia em cena de 'O Último Lutador
    Stênio Garcia em cena de 'O Último Lutador'

    Garcia não fazia teatro havia 18 anos. Ele diz que o mercado para atores é reduzido –"e se a gente parar de trabalhar morre de fome, então tenho que fazer televisão". Contratado na Globo há mais de 40 anos, fez dupla com Antonio Fagundes em "Carga Pesada", sobre dois caminhoneiros, e em "O Rei do Gado" encarnou outro tipo machão, o capataz Zé do Araguaia.

    O retorno de Garcia aos palcos o faz relembrar tempos anteriores à Globo. Ele estreou profissionalmente ao lado de Cacilda Becker, em "Maria Stuart" (1958), de Friedrich Schiller. Ainda no teatro, foi dirigido por grandes diretores de São Paulo –entre eles Antônio Abujamra e Flávio Rangel. O ator diz que uma das grandes referências na carreira é Antunes Filho, "antes de tudo, um grande amigo", diretor que apresentou-o o taoismo e outras filosofias orientais.

    O tema do novo espetáculo retorna aos papéis que exigiram empenho físico de Garcia, que já praticou alpinismo, acrobacia, paraquedismo e caratê. Agora é a vez da ioga. Esse histórico é responsável pela forma física que mantém aos 84 anos –e que pôde ser conferida nos nus dele e de sua mulher diante do espelho que circularam na internet.

    O ator diz que não sabe como os retratos vazaram. "Sei que bati a Dilma nos trending topics [assuntos mais falados no Twitter]", diz, sorrindo. "Mas isso não me envaidece. Eu sempre tirei a roupa no teatro e na televisão. Levei numa boa, mas fui à delegacia e pedi uma investigação, porque soube de muita coisa que acontece, até de casos de meninas [vítimas desse tipo de invasão] que se suicidaram."

    Depois de "O Último Lutador", Garcia voltará para a TV em "À Flor da Pele", novela de Glória Perez. "Ainda não sei para qual papel. Sei que ela vai falar sobre a transexualidade, mas acho que não vou ter que tirar a roupa", brinca.

    O ÚLTIMO LUTADOR
    ONDE Teatro Porto Seguro; al. Barão de Piracicaba, 740; tel. (11) 3226-7300
    QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h
    QUANTO R$ 60 a R$ 80
    CLASSIFICAÇÃO 14 anos

    Edição impressa

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