Na noite desta quarta (22), no palco do Theatro Municipal do Rio, a 27ª edição da láurea mais longeva da MPB terá em uma de suas categorias uma disputa peculiar.
Entre os indicados como Revelação no Prêmio da Música Brasileira estão dois artistas com décadas de serviços prestado à música: Simone Mazzer, 48, e Alfredo Del-Penho, 35. Concorre com eles na categoria o realmente iniciante Trio Capitu, grupo de oboé, fagote e flauta.
A inclusão tardia como "revelação" ocorre porque só agora lançam discos solo. No caso de Del-Penho, lançamento duplo. Soltou em 2015 um álbum de canções, "Samba Sujo", e um instrumental, "Pra Essa Gente Boa".
| Mauro Pimentel/Folhapress | ||
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| Simone Mazzer e Alfredo Del Penho, indicados na categoria revelação do Premio da Música Brasileira |
Egresso da geração surgida na Lapa carioca no fim dos anos 1990, ele está indicado por "Samba Sujo". Simone defende na premiação o álbum "Férias em Videotape".
Em comum, ambos têm a ligação com o teatro.
"Comecei na música, na banda Chaminé Batom, em Londrina, nos anos 1990", conta Simone. "Fazia muito show, era quase pop star na região, mas não tinha como resistir ao teatro. Quando me vi, estava fora de Londrina. Fui passar um fim de semana no Rio e acabei ficando."
Ela fez carreira premiada na Armazém Companhia de Teatro. "Mas chegou a hora que parecia faltar um pedaço de mim. Uma imagem meio poética, mas é bem isso."
Seu disco resgata clássicos (Assis Valente e Itamar Assunção), flerta com pop (canta Björk e Amy Winehouse) e apresenta canções de compositores de Londrina.
Del-Penho, por seu lado, foi da música para o teatro. Trabalhou com João Falcão e segue com a Cia. Barca dos Corações Perdidos, em cartaz no Rio com "AUÊ".
Ele lançou os álbuns com financiamento coletivo. E ficou surpreso com a boa vendagem do disco instrumental, de 2.000 cópias. "Os dois esgotaram, vendi 2.500 CDs de 'Samba Sujo'." Depois de esperar dez anos para gravar, diz que já tem "mais uns cinco discos na fila."
As cerimônias do Prêmio da Música Brasileira sempre fazem homenagem a um nome da MPB. Neste ano, o eleito é Gonzaguinha (1945-1991).
Na festa, os números musicais contemplam canções de várias fases de Gonzaguinha. "A atualidade política das letras dele surpreende. Ainda é contundente, oferece letras que parecem ter sido escritas ontem", afirma João Mauricio Machline, idealizador e diretor do prêmio.
Entre os intérpretes que devem subir ao palco estão Ney Matogrosso ("Explode Coração"), Alcione, ("Com a Perna no Mundo") e, em dueto, Angela Rô Rô e Luiz Melodia, com "Grito de Alerta".
O paulistano Criolo canta "Comportamento Geral", enquanto o hit "Lindo Lago do Amor" terá performance do jovem grupo carioca Dônica.
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MÚSICA BRASILEIRA Alguns indicados
CANÇÃO
> "Antes do Mundo Acabar" (na voz de Zélia Duncan)
> "Mulher do Fim do Mundo" (interpretada por Elza Soares)
> "Por Água Abaixo" (na voz de Zélia Duncan)
ÁLBUM DE MPB
> "Do Meu Olhar pra Fora" (Elba Ramalho)
> "Dois Amigos, um Século de Música" (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
> "Mama Kalunga" (Virginia Rodrigues)
CANTOR POPULAR
> Luiz Caldas ("Cassino")
> Roberto Carlos ("Primeira Fila")
> Vander Lee ("#9")
GRUPO DE SAMBA
> Fundo de Quintal ("40 anos - Fundo de Quintal no Circo Voador")
> Moacyr Luz e Samba do Trabalhador ("Moacyr Luz e Samba do Trabalhador - 10 Anos e Outros Sambas")
> Trio Gato com Fome ("Em Busca dos Sambas de Raul Torres")
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