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Todo o avanço tecnológico dos últimos 20 anos poderia permitir que a sequência de "Independence Day" fosse superior ao original. Só esqueceram de exigir aprimoramento semelhante dos roteiristas.

O filme parece escrito por um garoto de 12 anos. Bem, o primeiro também, mas era provavelmente um pré-adolescente mais esperto. Coincidências estapafúrdias conduzem as duas tramas, mas o que parecia ingenuidade em 1996 agora beira a estupidez.

"Independence Day: O Ressurgimento" é esquemático demais. E não investe na farta destruição de cartões postais da Terra, uma boa brincadeira do filme original.

Os personagens que retornam, como o cientista vivido por Jeff Goldblum e o presidente de 1996, novamente com Bill Pullman, voltam para as mesmíssimas situações.

O ex-presidente chega a repetir o discurso edificante que dava largada para a vitória no primeiro filme. Aliás, discursos nobres são inúmeros na continuação. Só falta um alienígena pegar o microfone.

Mas os veteranos são pelo menos simpáticos. Pior é a ala jovem. São personagens novos os filhos dos heróis da primeira aventura, que seguiram seus genes e também se tornaram os melhores pilotos de combate do planeta.

Todos são péssimos atores (mesmo num filme que não precisa de excelência dramática). Numa disputa de mediocridade, ninguém bate Liam Hemsworth, o galãzinho que é irmão de Chris, o Thor nos filmes da Marvel.

A parte final, com uma criatura gigantesca atacando em solo terrestre, ganha ares de "Godzilla", mas há outra semelhança com o filme japonês: o não aproveitamento da atriz europeia convidada. Lá, Juliette Binoche foi exibida em cinco minutos de projeção, apenas para dar charme europeu; aqui, a missão fica com Charlotte Gainsbourg, figura decorativa com míseras falas.

INDEPENDENCE DAY: O RESSURGIMENTO
(Independence Day: Resurgence)
DIREÇÃO: Roland Emmerich
ELENCO: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman
PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos
QUANDO: em cartaz