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    Reformulado, 'Manos e Minas' retrata cultura de rua fora do eixo Rio-SP

    DE SÃO PAULO

    24/06/2016 17h24

    O que Roberta Estrela D'Alva costuma fazer nas batalhas de poesia que organiza é quase um programa de auditório. "Tem auditório [o público], tem competição e show, como um show de calouros. As pessoas já me diziam 'é um programa de TV'. Acho que me chamaram por isso", brinca a poeta, pesquisadora e dramaturga, que a partir de sábado (25) assume o "Manos & Minas" (TV Cultura).

    Primeira mulher a apresentar sozinha a atração que estreou em 2008, ela é curadora da Flupp (Festa Literária das Periferias) e vencedora do Prêmio Shell de melhor atriz, em 2011, por "Orfeu Mestiço - Uma Hip-hópera Brasileira".

    Divulgação
    Roberta Estrela D'Alva assume o programa Manos e Minas, da TV Cultura
    Roberta Estrela D'Alva assume o programa Manos e Minas, da TV Cultura

    Com Estrela D'Alva, despontam também outras linguagens no "Manos e Minas". Antes estritamente sobre hip hop, o programa trará grupos de teatro e promoverá disputas de poesia (ou "poetry slam", em que a apresentadora é referência) em seus três blocos de duração que contarão "pequenas histórias".

    Também promete reportagens em outros estados, para "tirar a ideia de que a cultura de rua só acontece em São Paulo e no Rio".

    "A rua tem assuntos políticos, estéticos, emocionais. É um lugar cheio de histórias", comenta. Que nem sempre são contadas: o "Manos e Minas" reestreia uma semana após a divulgação de uma pesquisa do Datafolha sobre as impressões do paulistano sobre a cidade e a periferia.

    Para 56% dos entrevistados a maioria dos moradores das periferias é violenta e perigosa, e 87% dizem sofrer mais preconceito devido ao bairro onde vivem (87%).

    "Um resultado como esse mostra que as pessoas desconhecem. Na periferia, moram os trabalhadores. A periferia está no centro: se são bandidos, quem está servindo o seu café? Limpando o seu escritório? Quem está fazendo cultura? Que a gente [o programa] seja um veículo para mostrar o que a negritude e a juventude estão fazendo", comenta a apresentadora. "A história é contada pelos vencedores, e nem sempre os vencedores são os que estão na periferia. O que a gentre procura fazer aqui é trazer esse outro lado: quais vozes precisam ser ouvidas?".

    A primeira delas será a da cantora Ellen Oléria, convidada do programa de estreia. Vencedora do primeiro "The Voice Brasil", em 2012, Ellen é ativista do movimento negro e apresenta o programa "Estação Plural", o primeiro LGBT da TV aberta brasileira.

    NA TV
    Manos e Minas
    QUANDO sáb, às 19h, na TV Cultura

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