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    Análise

    Em último episódio, 'Game of Thrones' volta ao início com uma surpresa

    LUCIANA COELHO
    COLUNISTA DA FOLHA

    27/06/2016 00h25 - Atualizado às 00h44

    Reprodução
    CCersei (Lena Headey) no último episódio da sexta temporada de 'Game of Thrones
    Cersei (Lena Headey) no último episódio da sexta temporada de 'Game of Thrones'

    Foram necessárias seis temporadas, mas "Game of Thrones" completou o ciclo e abriu portas narrativas, finalmente. Ao fim do episódio deste domingo (26), os ponteiros foram recalibrados para voltar a Lannisters vs. Starks, com Targaryens como ameaça/salvação iminente.

    São poucas as séries que conseguem percorrer seis anos com vigor narrativo e oferecer surpresa e coerência ao mesmo tempo -"Breaking Bad" terminou com menos episódios, "Mad Men" escorregou para se recuperar no final. Quando o fazem, não é com a profusão de personagens de "Game of Thrones", em que pese a montanha de corpos pelo caminho.

    Dos que se somaram neste último episódio, o pueril Tommen (Dean-Charles Chapman), a ardilosa Margaery (Natalie Dormer) e a turma da inquisição farão falta do ponto de vista dramático, a fantasmagórica deglutição do Estado pela Igreja em King's Landing, afinal, serviu para nos lembrar por que a Idade Média era também a Idade das Trevas.

    O "twist", o elemento de surpresa acrescentado ao antagonismo original, é que, revelada a origem de Jon Snow (Kit Harington), sabemos agora que ele é ao mesmo tempo Stark e Targaryen, filho de Lyanna e Rhaegar (e sobrinho de Daenerys).

    Novelesco, porém engenhoso. Aparentemente, não se trata mais de um bastardo, o que reforça sua reivindicação pelo trono em que Cersei (Lena Headey) acaba de se sentar, e desta vez não como tutora.

    Cersei, uma das melhores personagens, assume também o posto de grande vilã da série, que nesta temporada ganha contornos feministas muito além daqueles sugeridos pelo livro (um aplauso aqui à pequena lady Mormont, a melhor figurante com falas de todos os tempos).

    Dragões e zumbis à parte, "Game of Thrones" sempre tratou de política, e indica com a medida drástica de Cersei e a esquadra de Daenerys (Emilia Clarke) rumo a Westeros (chega de Meereen!) que se debruçará na temporada com estreia em abril de 2017 sobre estratégia militar, com uma e outra pergunta a responder.

    Uma a uma, as distrações de roteiro foram saindo de campo, o que sugere que o confronto final está próximo. É bom George R.R. Martin, o autor da serie literária que inspira a produção televisiva, se mexer.

    AVALIAÇÃO - ótimo

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