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Porta dos Fundos consegue ótima transição e exibe 2 horas de humor
THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO30/06/2016 02h28
Impossível não festejar o primeiro filme de cinema do Porta dos Fundos. Porque não é todo dia que tantas ideias e piadas boas aparecem reunidas em cerca de duas horas.
Um receio era compartilhados pelos seguidores da trupe no YouTube. Será que "Contrato Vitalício" seria apenas uma sequência desconjuntada das esquetes curtas consagradas na rede, ou eles conseguiriam tecer uma trama de humor em longa metragem?
Os fãs podem respirar aliviados. Ou melhor, podem rir muito. O grupo se deu bem no desafio do novo formato.
Nas esquetes de três minutos, a graça está na situação inusitada, que descortina absurdos de comportamento que passam batidos no dia a dia. Num longa, é preciso mais: criar enredo longo e bem amarrado e personagens consistentes. "Contrato Vitalício" cumpre bem a tarefa.
Na trama, o ator Rodrigo (Fábio Porchat) é envolvido numa espiral de loucura trazida por seu melhor amigo, Miguel (Gregorio Duvivier), diretor de cinema que reaparece depois de uma década de sumiço. Ele alega ter sido abduzido por aliens que habitam o centro da Terra e quer fazer um filme contando isso.
Rodrigo é obrigado a participar do longa e vê sua vida tomar contornos kafkianos. O personagem ruma à insanidade, o que traça alguma relação com o protagonista de "Entre Abelhas" (2014), outro filme escrito e estrelado por Porchat e dirigido por Ian SBF, que também assina "Contrato Vitalício".
Na construção de personagens, alguns funcionam melhor do que outros. Entre os destaques, Luis Lobianco como o empresário de Rodrigo, Marcos Veras como repórter de revista de celebridades e Antonio Tabet no papel de um detetive particular com mania de torturar pessoas.
Genial no formato "single", o Porta dos Fundos larga muito bem ao lançar seu primeiro "LP".
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