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    Risadaria é uma mescla de 'Rock in Rio com Disneylândia', afirma idealizador

    RODOLFO VIANA
    DE SÃO PAULO

    01/07/2016 13h51

    Bruno Poletti - 7.jul.2015/Folhapress
    Paulo Bonfá, idealizador do festival de humor Risadaria
    Paulo Bonfá, idealizador do festival de humor Risadaria

    O Risadaria é "uma mistura de Disneylândia com Rock in Rio". A analogia é feita por Paulo Bonfá, idealizador do festival de humor que, em 2015, se tornou o maior do mundo, com quase 1,5 milhão de público —o recorde anterior era do canadense Just for Laughs, com 1,35 milhão.

    "Há um lado voltado para exposições, pesquisas de acervos —humor do rádio, da internet, humor gráfico, cinema—, e há também um grande encontro de artistas de todos os gêneros e estilos para atividades que vão muito além de shows e espetáculos, com debates, oficinas...", comenta Bonfá. A sétima edição do festival vai de 1º a 31 de julho em diversos endereços de São Paulo.

    Neste ano, com uma semana a mais de atrações que em 2015, 115 artistas e grupos fazem apresentações para adultos e crianças em 198 shows grátis e 62 pagos —o ingresso mais caro custa R$ 50. A programação completa está no site risadaria.com.br.

    Há estreantes no festival, como Sergio Mallandro, Evandro Santo e a trupe de Hermes e Renato. Eles se juntam a nomes tarimbados do Risadaria, como Marco Luque, Rafael Cortez, Diogo Portugal e Paulinho Serra, entre outros.

    As atrações, diz Bonfá, vão do palhaço ao comediante stand-up, passando por grupos de teatro que fazem esquetes de humor, pelo imitador, pelo contador de piada. "O Risadaria é muito democrático no perfil artístico", afirma, "pois a produção de comédia no Brasil é prolífica: há muita gente produzindo muita coisa em muitas plataformas diferentes."

    A expectativa "conservadora" é que o Risadaria em 2016 atraia 1,6 milhão de público. "A gente tem certeza que vai ultrapassar esse número porque, frente ao ano passado, o festival cresceu 30% na duração", diz Bonfá.

    Além do tempo, há ainda o fator econômico, que deve empurrar mais pessoas para as atrações. "Infelizmente o Brasil está em crise. Então quando você faz um festival com centenas de atrações gratuitas, de qualidade e espalhadas pela cidade, ele se torna uma opção natural para muitas pessoas que estão em casa, sem opção de cultura e lazer por falta de dinheiro", comenta. "A adesão vai acabar crescendo. Onde uma família com pai, mãe, dois filhos passa o dia sem botar a mão no bolso?"

    Mas outra crise –que não a econômica– deve ter um papel protagonista neste ano: a crise política. Bonfá aposta que muitas das atrações vão ter como foco o governo. "A atividade cômica é uma atividade de observação: você busca no seu cotidiano a matéria-prima, burila isso e devolve às pessoas uma visão crítica", diz. "Acho pouco provável que, neste ano, tenha alguém que não faça menção ao momento político. Isso é onipresente hoje."

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    RISADARIA
    QUANDO de 1º a 31/7, em diversos horários
    ONDE diversos endereços de São Paulo; programação completa no site

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