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    Flip tenta repetir mesa de sexo, mas gera desencontros e constrangimento

    LUIZA FRANCO
    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADAS ESPECIAIS A PARATY

    01/07/2016 22h59

    Keiny Andrade/Folhapress
    Paraty, RJ, 01.07.2016 - FLIP 2016 ILUSTRADA - Mesa 12 - "Sexografias", com as escritoras Juliana Frank e Gabriela Wierner. FOTO: Keiny Andrade/Folhapress
    A escritora Juliana Frank em debate sobre sexo com Gabriela Wierner, na Flip

    Uma série de desencontros entre mediador e entrevistadas e um constrangimento generalizado marcaram a última mesa desta sexta-feira (1), "Sexografias", em que as escritoras Juliana Frank e Gabriela Wiener falaram sobre como é escrever sobre sexo.

    Parte da plateia foi deixando a tenda dos autores antes do fim do debate — inclusive Mauro Munhoz, diretor da Casa Azul, organização que produz a Flip.

    O jornalista Daniel Benevides, que mediava a mesa, se atrapalhou ao apontar a filha de Wiener, que estava na plateia. Ele afirmou que, para quem acha que a peruana é "devassa", a menina seria a prova de que ela era uma mulher que se importa com a família.

    Na hora das perguntas do público, um bilhete de alguém questionou se uma pessoa devassa não poderia ter família. Benevides, constrangido, pediu desculpas pelo comentário.

    Quando a conversa fluía, as autoras contavam ter a curiosidade pelo assunto desde criança. "Sou depravada desde sempre", disse Frank.

    O debate foi uma tentativa da Flip de repetir o sucesso da mesa de sexo de 2015, que reuniu o escritor Reinaldo Moraes e a pesquisadora Eliane Robert Moraes. Naquela ocasião, o mediador também foi Daniel Benevides.

    Frank, vestida com shorts muito curtos, tentou fazer performances, brincando com um espelho e ficando de costas para o público enquanto gesticulava.

    Disse que escreve sobre sexo porque "escrever é sempre sobre sexo" e contou que o faz desde antes de nascer, "quando eu era uma estrela".

    Já Wiener contou como faz suas reportagens, que marcaram o início de sua carreira, sobre "as diversas sexualidades que existem". Entre elas, uma entrevista com um ator pornô em que pediu que ele ejaculasse em sua cara. Ou quando questionou uma dominatrix sobre violência de gênero.

    Entre uma resposta e outra, houve falhas de comunicação entre o mediador, o jornalista Daniel Benevides, e Wiener, e problemas técnicos no microfone de Frank.

    Wiener conta que, por ter pais comunistas, teve uma educação estrita em que a ideia de erotismo era algo pouco explorado.

    "Esse foi o primeiro sinal. Depois, na escola, eu gostava dos meninos e das meninas e queria ficar com alguns. Mais tarde, ao tentar contar para os namorados essas aventuras, tive problemas. Por isso, busquei a escrita, para poder contar meus segredos."

    Chamada Flip

    Depois, a jornalista peruana contou sua experiência com o "poliamor", quando viveu com um homem e uma mulher. Já Frank contou suas aventuras, que incluíam ter se casado com um homem que conheceu em Buenos Aires em cinco dias.

    Ao relatar como foi escrever uma reportagem sobre doação de óvulos em clínicas da Espanha, Wiener relatou que recebeu como resposta de uma delas que não havia busca por óvulos ameríndios.

    "Meus filhos ou filhas foram discriminados antes de nascer".

    Ela foi bastante aplaudida por essa frase.

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