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    Flip

    Ninguém parte para barriga de aluguel por praticidade, diz Teté Ribeiro

    JULIANA GRAGNANI
    ENVIADA ESPECIAL A PARATY (RJ)

    02/07/2016 17h57

    Keiny Andrade/Folhapress
    Paraty, RJ, 01.07.2016 - FLIP 2016 ILUSTRADA - CASA FOLHA - Uma barriga de aluguel: duas meninas, com Tete Ribeiro, mediado por Patricia Campos Mello. FOTO: Keiny Andrade/Folhapress
    A jornalista Teté Ribeiro (à dir.) em debate mediado por Patricia Campos Mello

    "Ninguém parte para a barriga de aluguel por vaidade ou praticidade", afirma a jornalista Teté Ribeiro. "Não é prático não ficar grávida do seu filho." Ela é autora do livro "Minhas Duas Meninas" (Companhia das Letras), um relato de sua trajetória até tomar a decisão de ter filhos por meio de uma barriga de aluguel na Índia e dessa experiência, que resultou no nascimento das gêmeas Rita e Cecilia.

    Teté, editora da revista "Serafina", participou neste sábado (2) da mesa "Uma barriga de aluguel, duas meninas", mediada pela repórter especial da Folha Patricia Campos Mello, na Casa Folha, durante a Flip, em Paraty.

    A jornalista contou como passou sete anos tentando engravidar por diferentes métodos, sem sucesso. Ela e o marido, o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, decidiram entrar na fila da adoção e fazer apenas uma tentativa por meio de uma barriga de aluguel na Índia. Deu certo. Hoje, as gêmeas têm dois anos e meio.

    A experiência toda, diz Teté, foi "meio de pai". "Eu acompanhava os exames, mas no corpo não acontecia nada. Demorou mais ou menos seis meses para cair a ficha de que eu ia ter filhos. Tinha um distanciamento, ao mesmo tempo em que tinha um desejo realizado e uma vontade de que fosse mais próximo."

    "Se tivesse conseguido vencer a vontade [de ter filhos], teria sido mais simples. Eu tentei, mas falhei."

    A gestação à distância "tinha potencial para enlouquecer". "Resolvi que não ia me preocupar. Não tinha controle da alimentação de quem gestava meus filhos. Fiz a única coisa possível, que era nada", afirma.

    Encontrar Vanita, a mulher que gestou suas filhas, "é como encontrar uma pessoa com quem você tem um vínculo fortíssimo, apesar de não conseguir trocar uma palavra", diz Teté, em resposta à pergunta da mediadora sobre a relação entre a mãe e a mãe de aluguel. "Tem muita gente que faz isso e não quer ter contato com a mãe de aluguel. Por que não podíamos ter contato?"

    "Aceitei de bom grado o leite materno que ela mandou durante um mês de tuk tuk (tipo de moto local) debaixo do sol. Muitas pessoas diziam que eu tinha que jogar fora aquele leite."

    Teté diz ter voltado no ano passado para visitar Vanita, o marido e seu filho, com presentes do Brasil e fotos das meninas. Vanita, conta a jornalista, fica com US$ 8 mil de um total de US$ 25 mil, valor que guarda para a educação do filho, até a faculdade. As duas se comunicam até hoje por WhatsApp.

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    A jornalista respondeu a curiosidades da plateia, como a forma pela qual soube que eram gêmeos: por e-mail. O sexo, só soube depois do nascimento, que tampouco presenciou -quando chegou à Índia com o objetivo de acompanhar as últimas semanas da gravidez de Vanita, recebeu a notícia de que as gêmeas já tinham nascido.

    "O motorista que veio me buscar no hotel me disse: 'olha, suas crianças nasceram um pouquinho. Achei que a Vanita estivesse no meio do parto, mas elas já estavam 'um pouquinho' nascidas havia quatro dias", contou, provocando risos da plateia.

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