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    Frase gerou interpretação maldosa, diz roteirista da 'Mônica' atacada na web

    CAROL PRADO
    DE SÃO PAULO

    08/07/2016 13h47

    Reprodução/Turma da Mônica Jovem/MSP
    Trecho retirado da historinha "Dentuça, Eu?", edição 94 da Turma da Mônica Jovem
    Trecho retirado da historinha "Dentuça, Eu?", edição 94 da Turma da Mônica Jovem

    Uma imagem que mostra a icônica protagonista da "Turma da Mônica" bradando um slogan do movimento feminista colocou a roteirista Petra Leão no centro de ataques machistas na internet.

    "Meu corpo, minhas regras. Podem discutir e debater até cansar", diz a personagem em "Dentuça, Eu?", historinha da edição 94 da revista em quadrinhos "Turma da Mônica Jovem" —uma versão que retrata a vida dos agora adolescentes moradores do bairro do Limoeiro.

    "Na internet, o painel solto, fora de contexto, gerou essa interpretação equivocada e até maldosa, por parte de alguns", diz Petra, em texto enviado à Folha.

    "Em uma visita a qualquer banca, é fácil entender do que a história trata. A capa da revista já apresenta o tema por meio da imagem da Mônica de aparelho e o título em destaque."

    Nos quadrinhos que envolvem a frase, Mônica se vê pressionada pelos amigos, que opinam se ela deve ou não colocar aparelho para corrigir seus dentinhos protuberantes —uma de suas maiores marcas. Irritada com os pitacos alheios sobre sua vida, ela decide deixar claro que a decisão cabe somente a si.

    Reprodução/Turma da Mônica Jovem/MSP
    Trecho da historinha "Dentuça, Eu?", edição 94 da Turma da Mônica Jovem
    Trecho da historinha "Dentuça, Eu?", edição 94 da Turma da Mônica Jovem

    Na web, a imagem isolada da frase feminista gerou mensagens de ódio e ofensas pessoais direcionadas à roteirista, acusada de propagar um discurso "abortista".

    Na página da "Turma da Mônica Jovem" no Facebook, a Mauricio de Sousa Produções também ressaltou a descontextualização da frase que provocou os ataques. "Há mais de 50 anos, as histórias em quadrinhos da Mauricio de Sousa Produções são feitas para divertir e entreter, mas também para levantar discussões saudáveis, sempre com muito respeito a todos", diz a publicação.

    "A ideia [da historinha] era encorajar a autoaceitação, o amor próprio e o respeito pelas decisões do próximo sobre si mesmo, independentemente de padrões de beleza, seja homem ou mulher. Nunca imaginei que ela pudesse ser interpretada de outra maneira", explicou Petra.

    A roteirista, que trabalha com a "Turma da Mônica" desde 2008 —ano em que foi criada a versão jovem da revista—, lembrou ainda que o texto da historinha, assim como todos os outros que escreve, passou por análise e aprovação da Mauricio de Sousa Produções antes de ser publicado.

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