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    Em livro, Moby relata como trocou as drogas pela espiritualidade

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    11/07/2016 02h25

    Divulgação
    Foto do musico norte-americano Moby. Foto Divulgacao. ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O DJ e músico norte-americano Moby

    Em 1999, o músico, DJ, compositor e produtor americano Moby lançou o álbum "Play". Tinha então 33 anos e o disco, que venderia mais de 10 milhões de cópias pelo mundo, encerrava uma década de muita batalha para chegar ao sucesso. E é esta década que ele relata em "Porcelain: Memórias", autobiografia lançada neste ano.

    O livro não se parece em nada com as habituais recordações que artistas resolvem publicar. De origem muito pobre, Richard Melville Hall chegou a ser um morador de rua. Em 1989, ele encontrou refúgio num espaço de 9 m² dentro de uma fábrica de fechaduras abandonada, em Stamford, no Estado americano de Connecticut, numa espécie de condomínio de mendigos.

    Moby não tem receio de detalhar uma vida barra-pesada. Escreve sobre suplicar drogas a traficantes e ser ameaçado por eles, sobre desastrosos encontros em busca de sexo, sobre morar sem ter água encanada e precisar urinar numa garrafa plástica para depois ir até a rua jogar o conteúdo fora.

    Falar de tanta coisa nada agradável é difícil? "Não", responde Moby à Folha, falando por telefone de Los Angeles. "Certamente falta no meu cérebro alguma peça que as pessoas têm e que faz com que fiquem constrangidas numa situação dessas."

    "Não sabia se poderia escrever um bom livro, ainda não sei se escrevi", continua. "Mas tinha a convicção de que escreveria um livro honesto."

    ANOS 1990

    Aos 50, ele afirma que escolheu focar a década de 1990 no livro por ser realmente seu período de transformação. E diz acreditar que esconder detalhes repugnantes seria minimizar essa mudança desde os tempos em que tentava emplacar como DJ em Nova York.

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    Moby conta que já tenta escrever sobre os dez anos seguintes, mas não está fácil. "O que fiz depois de 'Play' foi viajar, tocar, conhecer gente boa e ruim, tomar todas as drogas possíveis, transar com todo mundo disponível, chegar ao fundo do poço e sair dali mais limpo, vegetariano, espiritualista, sóbrio. Enfim, eu sou um clichê, não?"

    PORCELAIN: MEMÓRIAS
    AUTOR Moby
    TRADUÇÃO Alexandre Raposo
    EDITORA Intrínseca
    QUANTO R$ 44,90 (416 págs.)

    Edição impressa

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