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    Marcia Haydée traz ao país balé 'energético' de 'Zorba, o Grego'

    MARIA LUÍSA BARSANELLI
    DE SÃO PAULO

    15/07/2016 02h15

    Marcia Haydée faz de tudo um pouco. A bailarina brasileira de 79 anos se firmou no cenário internacional dançando os mais diversos estilos, muitos criados para ela por nomes como Maurice Béjart, John Cranko e Jiry Kylián.

    Há 12 anos na direção do Balé de Santiago, diz fazer questão de ensinar aos bailarinos que é preciso conhecer todos os estilos de dança. "O momento que nós vivemos é aberto a tudo", conta à Folha.

    Foi nesse espírito que em 2013 a diretora levou ao repertório do grupo chileno "Zorba, o Grego", balé criado em 1988 pelo coreógrafo americano Lorca Massine. A montagem, que logo se tornou um dos grandes sucessos da companhia, chega ao Brasil nesta sexta (15) para apresentações em cinco cidades.

    Baseada no romance de Nikos Kazantzakis, a história do aventureiro Zorba ganhou projeção no filme com Anthony Quinn (1964). No espetáculo de Massine, ganhou uma mescla de balé clássico e danças orientais, indiana, espanhola e russa. "Ele viajava com o pai [o coreógrafo e bailarino Léonide Massine] e via muitas coisas", diz Haydée.

    Zorba, o Grego

    Acompanha a história uma trilha sonora energética de Mikis Theodorakis. "A música tem uma energia incrível", conta a diretora. "Já tivemos que fazer cinco vezes o bis."

    A produção chilena busca uma contemporaneidade no visual, com um cenário, do artista plástico Jorge Gallardo, composto de texturas que lembram panos retorcidos.

    Quem interpreta Zorba é o chileno Rodrigo Guzmán, que pouco depois da estreia chilena ganhou fama com o papel. "Ele se tornou o Zorba do mundo, vai dançar na Itália e em outros países", afirma Haydée. "Ele nasceu para ser Zorba, é o Antony Quinn do balé."

    Pouco depois da turnê, Haydée deve se despedir do Balé de Santiago. Deixa a direção da companhia em um ano. Ainda não sabe o que fará depois, mas tem convites do Balé da Stuttgart, onde trabalhou e para atuar no Uruguai.

    Continua a praticar ioga com o marido, o professor alemão Günther Schoeberl, e tenta sempre se mexer. "Quero saber, me meto em tudo, tenho iPhone, iPad, tem que aprender, senão fica parada."

    Ela, que durante muito tempo atuou fora do Brasil, criou apenas no ano passado sua primeira coreografia em solo nacional –um "Dom Quixote" para a São Paulo Companhia de Dança– e diz que hoje está "de braços abertos para o Brasil". "Eu sei é que parada eu não vou ficar."

    ZORBA, O GREGO

    SÃO PAULO sex. (15), às 21h30, sáb (16) e dom. (17), às 16h e 20h; Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000; ingr.: R$ 50 a R$ 180; livre

    BELO HORIZONTE ter. (19), às 20h; Palácio das Artes, av. Afonso Pena, 1.537, tel. (31) 3236-7400; ingr.: R$ 50 a R$ 200; livre

    RIO sex. (22), às 20h, sáb. (23) e dom. (24), às 16h e 20h; Theatro Municipal, pça. Floriano, tel. (21) 2332-9191; ingr.: R$ 40 a R$ 280; livre

    CURITIBA qua. (27), às 21h; Teatro Guaíra, r. XV de Novembro, 971, tel. (41) 3304-7900; ingr.: R$ 50 a R$ 200; livre

    PORTO ALEGRE sex. (29), às 21h; Oi Araújo Vianna, av. Osvaldo Aranha, 685, tel. (51) 4003-1212; ingr.: R$ 50 a R$ 180; livre

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