O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, elogiou a decisão do Ministério da Cultura de pedir a reintegração de posse do prédio da Funarte, que foi desocupado nesta segunda-feira (25) pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Segundo ele, o ministro Marcelo Calero agiu com "correção" e tentou anteriormente "de todas as formas" promover um processo de negociação com os manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff que ocupavam há dois meses o Palácio Capanema.

Para o ministro, quando não se tem outra forma de resolver a situação, deve-se recorrer ao Poder Judiciário. Na semana passada, o Ministério da Cultura encaminhou pedido para desocupar o prédio, expedido nesta quinta-feira (21).

Em entrevista à Folha, em maio, Calero havia garantido, contudo, que de "maneira nenhuma" recorreria a um mandado de reintegração de posse para resolver o impasse.

"O certo é que o prédio é da Funarte e, se ele estiver invadido, passa a não ser disponibilizado para a entidade. Quando o ministro diz que não vai haver reintegração de posse, ele confiava que haveria sensibilidade das pessoas que ocupavam o prédio para que se promovesse um processo de negociação. Ele tentou de todas as formas e, quando não se tem mais nenhuma outra atividade que possa ser desenvolvida, vai-se ao Poder Judiciário. Foi o que o ministro fez e, na minha opinião, com correção", disse.

O protesto foi iniciado após o presidente interino Michel Temer assumir a presidência e anunciar a extinção do Ministério da Cultura. O governo voltou atrás na decisão de acabar com a pasta, mas a mobilização prosseguiu.

A ocupação recebeu o apoio de parte da classe artística, que organizou apresentações de Arnaldo Antunes, Otto, Caetano Veloso e Erasmo Carlos, entre outros músicos, além de debates e apresentações diversas no local.