O Pato Fu está de volta. Ou não. Não é o Pato Fu do "Música de Brinquedo", projeto recente da banda destinado aos ouvidos infantis. Nem o Pato Fu mais pop, leve e divertido que arrebanhou fãs nos últimos 24 anos.

A banda que sobe nesta quarta (3) ao palco do Teatro Bradesco, em São Paulo, vai mostrar um som mais agitado, mais para dançar na pista. "Não Pare pra Pensar" é mais que um disco; é uma declaração de intenções.

"Essa unidade é até rara nos álbuns do Pato Fu", diz a vocalista Fernanda Takai à Folha, falando de Porto Alegre, outra parada na turnê. "Nossos discos têm quebras de clima, às vezes alguma melancolia aparece seguida de uma canção mais vigorosa. Este novo tem um carimbo de álbum dançante."

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	Fernanda Takai à frente de Lulu Camargo (esq.), Ricardo Koctus, John Ulhoa e Glauco Mendes

A cantora lembra que o Pato Fu vem de um projeto, "Música de Brinquedo", que tem "som pequenininho, achatadinho, por conta dos próprios instrumentos. Queríamos um contraponto muito forte".

Segundo Fernanda, o Pato Fu não costuma entregar o que o público espera. Já que a maior parte das pessoas esperava um "Música de Brinquedo 2", foram para o lado oposto. "Um fã antigo que não gosta de um disco nosso pode esperar por um próximo e embarcar de novo. Embora muitas pessoas acompanhem sempre a gente."

QUASE ÉPICO

O disco tem músicas pesadas, rock quase épico, como nas faixas "Cego para as Cores" e "Ninguém Mexe com o Diabo". O público paulistano deve ouvir no show até umas oito ou nove canções novas. É outro risco assumido pela banda, isso de dedicar praticamente metade da noite ao trabalho mais recente.

Fernanda diz que turnê é uma página nova na história do Patu Fu. "Não queremos ficar olhando para trás, mas completamos o show com sucessos. 'Canção pra Você Viver Mais' é uma que a gente não pode deixar de tocar."

O trio fundador da banda –Fernanda, John Ulhoa nas guitarras e Ricardo Koctus no baixo– tem na formação atual o tecladista Lulu Camargo e o baterista Glauco Mendes. "Fazer uma redução, tocar com bateria eletrônica para baratear os custos, seria atraente, mas a gente gosta do show completo."

Canções de "Música de Brinquedo" não entram no repertório, porque exigiria uma mudança de instrumentos muito grande para que eles usassem os brinquedinhos sonoros. A banda continua com datas específicas para mostrar o projeto infantil.

Também não entram nos shows da turnê as músicas que Fernanda gravou em seus discos solo. "Não coloco no show para não misturar bolas que já são bem misturáveis. Também não toco Pato Fu nas minhas apresentações. Se passo a fazer isso, pode ser ruim para a banda. Às vezes, como num show no Japão, eu abro uma exceção e canto 'Made in Japan', mas não mais do que isso."

PATO FU
QUANDO nesta quarta (3), às 21h
ONDE Teatro Bradesco, r. Palestra Itália, 500, 3º piso, Pompeia, tel. (11) 4003-1212
QUANTO de R$ 50 a R$ 140