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    Arlequina salva 'Esquadrão Suicida' da falta de humor da trupe de vilões

    CÁSSIO STARLING CARLOS
    CRÍTICO DA FOLHA

    04/08/2016 02h06

    A leva dos blockbusters com super-heróis parece longe do esgotamento. Neste ano já encaramos "Deadpool", "Batman vs Superman", "Capitão América - Guerra Civil" e "X-Men - Apocalipse".

    A eficácia da fórmula, apesar de oscilações, é confirmada pelas bilheterias.

    Para não matar a galinha dos ovos de ouro, o formato precisa sugerir renovação. É o que promete "Esquadrão Suicida" ao juntar um bando de malfeitores no lugar dos personagens "do bem". Assim, a DC Comics tenta desbancar o megassucesso da Marvel com um "'Os Vingadores' do mal".

    HQs, novelas, séries e filmes sabem há tempos que vilões fazem mais sucesso que gente boazinha. "Esquadrão Suicida" explora essa tendência, mostrando que a turma "do mal" também pode ter um lado bom quando se trata de salvar o mundo.

    O diretor e roteirista David Ayer ganhou respeito com filmes conduzidos por personagens obscuros, pelos quais é difícil torcer. Isso domina "Esquadrão Suicida", mas o filme sofre do mesmo problema de todos do gênero: o desequilíbrio entre personagens e ação. Há um esboço de apresentar a história de cada um, mas a ação logo se impõe com um ritmo sem respiro. E tudo passa a depender de uma hiperatividade que esgota o interesse.

    Pode ser que a indústria do entretenimento considere essa a sensibilidade predominante –uma espécie de anestesia geral que precisa de eletrochoque. Mas há o contraexemplo de "Deadpool", personagem histérico que existia durante a avalanche de ação e que alcançou sucesso.

    Apesar do esforço de Ayer, "Esquadrão Suicida" é um filme sem humor, em que os bons momentos dependem só de Arlequina. Quem preferir trocar esse time de malfeitores por quatro fantásticos, meia dúzia de vingadores, dezenas de mutantes ou qualquer outro punhado não vai sentir prejuízo.

    ESQUADRÃO SUICIDA (SUICIDE SQUAD)
    DIREÇÃO David Ayer
    ELENCO Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie
    PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos
    QUANDO: Em cartaz

    Edição impressa

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