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    Adnet: 'Seremos sob medida para receber quem não foi feito para nós'

    LÍGIA MESQUITA
    EDITORA-ADJUNTA DA "ILUSTRADA"

    14/08/2016 02h10

    Jornalista de formação, o ator Marcelo Adnet agora tem oportunidade de se "descobrir" um entrevistador. E está gostando.

    Não que seu semanal "Adnight", que estreia no dia 25 e vai ao ar às quintas, na Globo, seja um talk show. "É mais show do que talk." Mas sempre terá um bate-papo de até cinco minutos com o convidado. Nos outros 40 minutos, música, sátiras e brincadeiras.

    Sérgio Zalis/Divulgação
    retrato de Marcelo Adnet, que apresentara o late night Adnight. EXCLUSIVO ILUSTRADA ATÉ 14/8. SERGIO ZALIS/DIVULGACAO ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Marcelo Adnet nos Estúdios Globo, no Rio

    Quando a Globo anunciou que o "Programa do Jô" sairá do ar em 2017, Adnet foi cogitado como seu substituto.

    O humorista diz que nunca existiu conversa para "Adnight" ser diário e conta que a ideia do programa foi uma demanda do canal. "Nunca me imaginei num late show." Ele falou à Folha, por telefone:

    Folha - Como é o "Adnight"?

    Marcelo Adnet - Tem algumas frases para defini-lo parcialmente: "A gente faz humor com amor". E "A gente também faz um programa sob medida para convidados que não foram feitos para o programa". É um late show mostrando grandes convidados de forma imprevisível.

    Há muitas referências aos late shows americanos?

    Não tem inspiração direta. O que existe nos talk e late shows é a marca do apresentador. Isso faz do Jô o Jô, do Jimmy Fallon o Fallon. O apresentador investe no seu ponto de vista, na sua observação.

    Tem total liberdade da Globo?

    Total. Vai ter ousadia como no "Tá no Ar", que recebeu o Carlos Alberto de Nóbrega [do SBT]. Isso não é um tabu.

    Podemos então esperar um diálogo com o Porchat?

    [Risos] A gente vai manter diálogo pelo WhatsApp! Adoro o Fábio, é superengraçado. Conheço ele há anos e sempre tivemos uma relação boa, agora não será diferente.

    Te assusta concorrer com ele por ibope, estrearem juntos?

    Não. A minha luta –e tenho certeza que a do Fábio– é fazer um bom programa. Não precisa se preocupar com o desempenho nem com o outro. Nunca me citaram meta de ibope. O foco é qualidade.

    Há preocupação em entregar algo novo, inovar o formato?

    Em inovar o formato, não, seria uma grande pretensão. Agora, ter inovação, criatividade, ousadia, sim.

    Quem gostaria de entrevistar?

    Ah, Silvio Santos!

    Quem é seu apresentador referência em talk e late show?

    O Jô. Gosto do John Oliver pela inteligência jornalística e do Fallon, pela dinâmica.

    E se começaram a te comparar com o Jimmy Fallon?

    Tudo bem. Temos liberdade de fala. Hoje fala-se tudo, que você é nota dez e nota zero. E tudo bem.

    Como vê a TV atualmente?

    Vou fazer 35 anos e me sinto um tiozão. As crianças e os jovens entendem melhor as transformações. Definir este momento do Brasil, da TV, é difícil. Ninguém entende. Nem na política, nem na TV, nem na Olimpíada. A ficha só cai durante a competição, aí você se descobre com vontade de ver tiro com arco. Hoje as pessoas caçam Pokemón, quem diria. A gente precisa ser criativo, ousar.

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