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    Nos 20 anos de 'Baile Perfumado', livro narra os bastidores do filme

    MATEUS ARAÚJO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    15/08/2016 02h30

    Divulgação
    Cinema: cena do filme "Baile Perfumado" com o ator Luís Carlos Vasconcelos como Lampião, dos diretores Lírio Ferreira e Paulo Caldas. (Foto: Divulgação) [FSP-Ilustrada-11.05.98]
    Luiz Carlos Vasconcelos como Lampião em cena do filme pernambucano 'Baile Perfumado'

    Os bastidores e as curiosidades das gravações de "Baile Perfumado" serão lançados em livro, durante o Festival de Brasília, em setembro. A publicação faz parte das comemorações de 20 anos do filme que marca a retomada da produção cinematográfica em Pernambuco, nos anos 1990.

    "A Aventura do Baile Perfumado: 20 Anos Depois", organizado pelos pesquisadores Amanda Mansur e Paulo Cunha, reúne fotos, entrevistas, diários de gravações, artigos e o roteiro original do longa de Lírio Ferreira e Paulo Caldas.

    O livro é uma espécie de dossiê sobre o processo criativo do filme. Gravado entre junho e julho de 1995 no Recife e no sertão nordestino, retomou a produção de cinema 18 anos após o último longa feito em Pernambuco.

    O filme reconstitui a história real do mascate libanês Benjamin Abrahão, que fotografou e filmou o bando do cangaceiro Lampião.

    "O 'Baile' é quase um milagre, porque foi feito em situações precárias", conta Paulo Cunha. "Nas entrevistas, tomamos conhecimento de fatos que revelam como as dificuldades foram enfrentadas."

    Reprodução
    Imagem que compõe o livro "A Aventura do Baile Perfumado: 20 Anos Depoisâ€, organizado pelos pesquisadores Amanda Mansur e Paulo Cunha
    Atores e a equipe de filmagem durante as gravações do longa no sertão nordestino, em 1995

    Segundo os autores, professores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a publicação surgiu da necessidade de um estudo mais detalhado sobre os processos criativos dos filmes pernambucanos –referências no cinema brasileiro atual.

    "Antes era um estudo centrado na análise do filme já pronto. Mas era preciso entender o processo de produção", observa Cunha.

    Os pesquisadores também analisam o sistema colaborativo dos realizadores pernambucanos –o chamado "cinema de brodagem", como define Amanda Mansur.

    "O suporte da produção e da qualidade do cinema realizado em Pernambuco está vinculado a uma comunidade de afetos", diz a pesquisadora.

    Essa relação de parceria entre os profissionais, para o diretor Paulo Caldas, se explica pela necessidade de unir forças para retomar o cinema no Estado. "Passamos por uma fase muito ruim, antes. E com o 'Baile' recriamos uma possibilidade real de voltar a fazer longas-metragens em Pernambuco", afirma.

    O livro será lançado após a exibição do filme no Festival de Brasília, em 27/9. A comemoração dos 20 anos também inclui uma nova distribuição em DVD, pela Imovision, programada para este semestre.

    E o filme será tema de um debate na Bienal do Livro de São Paulo, no final deste mês. Participarão do encontro, ainda sem data definida, Lírio Ferreira, Paulo Caldas e Hilton Lacerda, roteiristas de "Baile Perfumado".

    A AVENTURA DO BAILE PERFUMADO
    ORGANIZADORES Amanda Mansur e Paulo Cunha
    EDITORA Cepe
    QUANTO não definido

    Edição impressa

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