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    Série 'Justiça', da Globo, explora nuances da lei e da vingança

    LÍGIA MESQUITA
    ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE

    21/08/2016 02h06

    Enquanto toma um café após gravar uma cena tensa —precisou puxar escada abaixo a colega Drica Moraes, que interpreta sua mulher em "Justiça" (Globo)—, Antonio Calloni relaxa fazendo escárnio sobre suas inspirações para compor o empresário inescrupuloso e candidato a governador Antenor.

    "Ele é um político absolutamente corrupto. Estou tendo dificuldade de encontrar referências no Brasil, então tô buscando exemplos na Finlândia e na Suécia. Risos, bota aí", diz o ator à Folha, em um camarim improvisado na locação próxima ao Recife, onde a minissérie se passa.

    A propensão à corrupção não é a única falha de caráter do personagem da minissérie de Manuela Dias, com direção artística de José Luiz Villamarim e fotografia de Walter Carvalho.

    No primeiro capítulo, o telespectador saberá que Antenor atropelou Beatriz (Marjorie Estiano) e fugiu.

    O acidente deixará a bailarina tetraplégica, e ela acabará morrendo ao implorar para que seu companheiro, Mauricio (Cauã Reymond), pratique eutanásia.

    Estamos em 2009 e Mauricio será preso por esse crime, no mesmo dia em que outras três pessoas irão para a cadeia.

    São elas: Fátima, empregada doméstica vivida por Adriana Esteves, encarcerada após arrumar briga com Douglas (Enrique Diaz), um vizinho policial que a incriminará falsamente por porte de entorpecente; Rose (Jéssica Ellen), jovem negra pega com drogas de vários amigos no meio de uma festa; e Vicente (Jesuíta Barbosa), que matará a noiva, Isabela (Marina Ruy Barbosa), ao vê-la com outro homem.

    Em comum, todos passarão sete anos presos e, ao serem soltos, irão se deparar com diferentes formas do que entendem por justiça.

    A cada dia da semana, o público acompanhará uma dessas quatro histórias, que acabam por se cruzar, num formato conhecido no cinema ("Crash", "Babel"), porém novo na TV aberta brasileira.

    Se a narrativa da trama de 20 capítulos é nova, seu conteúdo, diz a autora, é um clássico. "Dramaturgia voltada para o coração."

    A obra pretende discutir a linha tênue entre justiça e vingança. "Não defendo nenhuma teoria. É sobre a dimensão pessoal que cada um tem da aplicação das leis", afirma a autora.

    Cauã diz que os personagens da minissérie vivenciam situações incomuns para a maioria das pessoas, e que, durante as filmagens, o tempo todo se perguntava: "Quem sou eu para julgá-las?". A expectativa é que o público faça o mesmo questionamento.

    "É um dilema para o Mauricio fazer a eutanásia, é o amor da vida dele. Tanto que ele busca a vingança", diz.

    No elenco também estão Vladimir Brichta, Debora Bloch, Angelo Antonio, Leandra Leal e Cássio Gabus Mendes.

    A jornalista viajou a convite da Globo

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