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    Lukash estreia com 'FoGo', disco teatral e político, e traz shows para SP

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    22/08/2016 02h03

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Sao Paulo, SP, Brasil, 06-06-2016 15h44: Coluna Monica Bergamo. Retrato do ator Lukash,33 que inicia nova carreira como cantor e prepara o lancamento do seu primeiro CD. Fotos em laje no bairro Pompeia (foto Eduardo Knapp/Folhapress.ILUSTRADA). Cod do Fotografo: 0716
    Retrato do ator Lukash, que lança 'FoGo', seu primeiro álbum

    O disco "FoGo" começa com tambores exaltando o orixá da justiça na canção "Xangô". Resvala nas musas da mitologia grega invocadas ao som de guitarras distorcidas e passa pela flauta na indígena "Árvores". Espalha-se por regravações de músicas de Villa Lobos, Nelson Cavaquinho e Torquato Neto.

    É psicodélico, carnavalesco. Transita pelo carimbó, pelo rock, pelo samba. Comporta múltiplos rótulos, assim como o seu compositor: o ator, produtor de cinema e agora cantor Lucas Weglinski, 36.

    Ou Lukash, que é a persona musical com que ele tem se apresentado nos palcos das ocupações culturais e estudantis que pipocaram após a chegada do governo interino.

    "O disco nasce desse momento em que me sinto o habitante de uma floresta em chamas, vendo o país ser destruído", diz o artista carioca.

    Independente, "FoGo" estará nas plataformas digitais a partir da sexta (26). E no fim de semana, Lukash faz show de lançamento no Teatro Oficina, em São Paulo, onde, de alguma forma, ele nasceu como artista, em 2006.

    Bacharel em direito, entrou para a trupe paulistana um pouco por acaso, levado para assistir a "Os Sertões" pela amiga, a cantora Ava Rocha. "Fui cheio de preconceitos, mas senti um tsunami."

    O tsunami durou sete anos, período em que Weglinski foi ator, diretor executivo e cuidou da área audiovisual no grupo de Zé Celso. De volta ao Rio, criou a Cia dos Prazeres em 2012, coletivo cênico sediado no Morro dos Prazeres, comunidade em Santa Teresa.

    "Teatro pra mim é música. Aprendi a atuar cantando", diz ele, que já levou suas óperas dionisíacas em hospital psiquiátrico e em meditações peripatéticas morro acima.

    Boa parte dos elementos do teatro de Weglinski ecoa em "FoGo": o tom ritualístico, as referências politizadas e a menção a Heliogábalo, jovem imperador romano assassinado após um reinado de polêmicas religiosas e escândalos sexuais com vários amantes.

    A canção "Marginália" emenda a letra da música homônima gravada por Gilberto Gil com trecho de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Sérgio Ricardo, e citações a assassinatos de negros e travestis.

    "As pessoas hoje parecem sonâmbulas, despolitizadas. Meu disco veio do calor do momento. Por isso, o nome fogo."

    FOGO
    QUANDO sáb. (27), às 23h; dom. (28), às 22h
    ONDE Teatro Oficina, r. Jaceguai, 520, tel. (11) 3104-0678
    QUANTO R$ 30

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