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    Olimpíada da dança tem etapa seletiva e noite de gala em São Paulo

    IARA BIDERMAN
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    23/08/2016 17h00 - Atualizado às 18h47

    Bailarinos de todas as regiões do Brasil circulam pelos bastidores do Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. São os participantes do Tanzolymp Brasil, única etapa seletiva no Brasil para a olimpíada da dança alemã.

    Criado há 14 anos pelo ex-bailarino Oleksi Bessmertni, o Tanzolymp é o maior do gênero na Alemanha, e uma porta de entrada para os bailarinos brasileiros, não apenas na Alemanha, mas em toda a Europa.

    O juri é composto por estrelas do balé e diretores de importantes companhias. No início deste ano, em Berlim, estiveram nomes como Sergei Filin, (ex-diretor do Bolshoi que sofreu o ataque com ácido), Iracity Cardoso, diretora do Balé da Cidade da São Paulo, Steffi Scherzer, da Academia de Dança de Zurique, entre outros.

    "Um diferencial do Tanzolymp é que a competição vai além da avaliação dos alunos. Os bailarinos são avaliados como profissionais, e isso pode mudar tudo em suas carreiras", diz a brasileira Cecília Kerche, primeira-bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

    Kerche já foi jurada na Alemanha, há três anos, e está no atual júri da etapa brasileira, ao lado de Ivy Amista e do próprio Bessmertni.

    A paulista Ivy é hoje primeira-bailarina do Ballet de Munique. Nesta semana, no Teatro Sérgio Cardoso, além de escolher os grupos e profissionais que irão para Berlim, ela se apresenta com Erik Murzagaliyev, do Cazaquistão, na gala do festival, na quarta (24), às 20h.

    O programa da noite de gala, aberta ao público em geral, terá também os brasileiros Fernanda Oliveira, primeira-bailarina do English Nationa Ballet, e Diego de Paula, da São Paulo Companhia de Dança.

    Alguns grupos, duos e solistas selecionados para a final em Berlim também se apresentarão na noite de gala. Segundo o ex-bailarino André Malosá, deverão ser mais de 200 brasileiros competindo na Alemanha em 2017.

    Foi Malosá que teve a ideia de trazer o Tanzolymp para o Brasil, há três anos. A primeira edição durou só um dia e teve 174 participantes. No ano passado, foram 252 e, agora 382 bailarinos.

    Malosá conheceu Bessmertni em 2008, quando o diretor do Tanzolympic participava de um evento no Brasil. Conversaram sobre o interesse e as dificuldades dos brasileiros em concorrer na olimpíada da dança berlinense e surgiu a ideia de criarem uma etapa seletiva nacional "ao vivo" –até então, os bailarinos enviavam vídeos ao comitê do festival para tentarem uma vaga.

    Foi a primeira edição do Tanzolymp fora da Alemanha. Recentemente, foi criada uma etapa em Lima (Peru). Os próximos países a participarem da seletiva presencial serão a Rússia, a Coreia do Sul e a Itália, conta Bessmertni.

    "Há um enorme interesse pelos bailarinos brasileiros na Europa, não conheço uma companhia europeia que não tenha um representante do Brasil em seu elenco", afirma Bessmertni.

    Para ele, que há mais de dez anos acompanha a dança no Brasil, o desenvolvimento técnico e estético dos bailarinos nacionais é notável. "Na dança atual, há um linha muito estreita entre a vulgaridade e a elegância. Os brasileiros cruzam bem essa fronteira, sõa muito elegantes no palco", diz ele.

    TANZOLYMP BRASIL
    QUANDO qua., 24, às 20h30
    ONDE Teatro Sérgio Cardoso, r. Rui Barbosa, 153, tel. (11) 3288-0136
    QUANTO R$ 40
    CLASSIFICAÇÃO livre

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