• Ilustrada

    Monday, 06-May-2024 01:47:46 -03

    CPI do Municipal pedirá passaporte e condução coercitiva de John Neschling

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA FOLHA

    24/08/2016 15h29

    Divulgação
    Maestro John Neschling ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O maestro John Neschling não compareceu à acareação programada para esta quarta (24)

    A CPI que investiga na Câmara Municipal irregularidades nas contas do Theatro Municipal de São Paulo vai requerer à Justiça a condução coercitiva de John Neschling, diretor artístico da casa, a uma próxima sessão.

    A votação pela medida foi realizada nesta quarta (24). Também houve a decisão de requerer à Polícia Federal o passaporte do maestro e a suspensão de pagamentos a ele pelo Instituto Brasileiro de Gestão Cultural.

    A decisão dos vereadores foi uma resposta à ausência de Neschling na sessão de hoje. O diretor artístico do teatro havia sido convocado mas não compareceu à acareação programada para esta manhã.

    Um vereador leu, na sessão, a justificativa enviada pelo advogado do maestro, Eduardo Carnelós. O texto dizia que o maestro não tinha "interesse" nem "disposição" para prestar novo depoimento.

    O maestro foi ouvido na quarta passada (17), em sessão que durou cinco horas e meia.

    Em nota à imprensa, Carnelós considerou que a comissão tomou medidas ilegais. Ele também escreveu que o maestro considera "ser evidente que os mentirosos que o acusam continuarão a fazê-lo". Ele se refere a José Luiz Herencia, ex-diretor da Fundação Theatro Municipal, e a William Nacked, ex-diretor da organização social que administra o teatro.

    Ambos são investigados pelo mesmo caso, na CPI e também no Ministério Público Estadual. Herencia e Nacked fecharam acordo de delação premiada.

    Com o andamento das investigações, Neschling passou a ser questionado principalmente por possíveis conflitos de interesse, pois intermediou a contratação, no Municipal, de espetáculos vendidos pelo mesmo agente que o representa no exterior, o argentino Valentin Proczynski.

    Para explicar a ausência, Carnelós diz ainda que a Constituição Federal "garante o respeito à dignidade da pessoa humana" e "o direito à preservação da honra e da imagem". Para ele, haveria "exposição indevida de Neschling, se efetivada a acareação", com o risco de situação comparada a uma "briga de rua".

    O maestro não foi o único a não comparecer. Sua mulher, a escritora Patrícia Melo, também havia sido convocada. William Nacked justificou sua ausência por ter, nesta mesma data, o compromisso de depor ao Ministério Público.

    Foi convocado ainda o cineasta Toni Venturi, que justificou sua ausência alegando "compromissos pessoais inadiáveis", dispondo-se, contudo, a ser ouvido em uma próxima ocasião. Ele é investigado pela produção de vídeos institucionais que custaram R$ 540 mil, mas não foram veiculados.

    O único convocado a comparecer à sessão foi Herencia. Ele declarou a CPI que não adianta procurar "vantagens" do maestro em contas do Brasil. "Vocês não vão achar ali. É em contas na Suíça que vocês vão encontrar".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024