O título e o trailer de "Pets - A Vida Secreta dos Bichos" prometem algo mais interessante do que o filme entrega.
A promessa é uma comédia sobre o que fazem os animais de estimação quando seus donos não estão olhando.
O trailer nos mostra alguns bichos fazendo aquilo que se espera deles, como um fox terrier que aguarda seu dono voltar à porta de casa ou um gato que assalta a geladeira.
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O pug Mel na animação 'Pets - A Vida Secreta dos Bichos' |
E outros contrariando nossas expectativas, como um poodle que ouve heavy metal e um basset que recebe massagem de uma batedeira.
Mal comparando, há algo nessa premissa de Jacques Tati, o cineasta e comediante francês que arrancava sua graça da incompetência ou da criatividade para cumprir as tarefas mais cotidianas.
O começo de "Pets" oferece um vislumbre do que poderia ser essa animação do trailer, calcada sobretudo em gags visuais inspiradas pela observação carinhosa do comportamento dos bichos.
Mas, como se trata de um produto hollywoodiano (dos mesmos criadores do bacana "Meu Malvado Favorito"), algumas convenções se impõem. A primeira é a mensagem: respeito à diversidade.
Esse discurso se traduz no conflito central, entre os cachorros Max e Duque. O primeiro era o rei da casa até que o segundo é adotado. Isso leva a uma série de confrontos e a uma resolução previsível.
A segunda convenção é a da trama. É preciso correr freneticamente, como se a plateia sofresse de déficit de atenção.
Para tanto, o filme joga Max e Duque na conspiração de um coelho revoltado que cria um exército de animais abandonados para se vingar dos bichos de estimação.
Em dado momento, "Pets" se torna um filme de perseguição de carros –o que não é um problema em si, mas também não é novidade. Havia um filme original, talvez até ousado, a ser feito. Mas, apesar de algumas boas piadas, personagens simpáticos e apuro visual, "Pets" se contenta em ser uma animação a mais.