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    Carla Camurati irá substituir Ingra Lyberato na comissão do Oscar

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    29/08/2016 12h44

    A diretora carioca Carla Camurati ("Carlota Joaquina") será a substituta da atriz Ingra Lyberato na comissão que vai escolher o filme nacional que representará o Brasil no Oscar.

    A informação foi confirmada à Folha pelo secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini, responsável por chancelar os nomes do comitê.

    Ingra anunciou sua saída da comissão na última sexta (26), em seu perfil no Facebook, dizendo que a decisão foi tomada depois que alguns "filmes preciosos" foram retirados da disputa por seus diretores.

    Patricia Stavis/Folhapress
    Carla Camurati na abertura do Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), no Shopping Eldorado.
    Carla Camurati na abertura do Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), no Shopping Eldorado.

    Ela se referia à controvérsia em torno do comitê, composto por nove membros, que é alvo de grita no meio cinematográfico. Antes de Ingra, o cineasta Guilherme Fiúza Zenha também havia se desligado do grupo, alegando "motivos pessoais". E foi substituído pelo diretor Bruno Barreto.

    A polêmica gira em torno da nomeação de um dos membros, o crítico Marcos Petrucelli, notório opositor ao diretor Kleber Mendonça Filho, de "Aquarius". O filme que é um dos mais fortes candidatos a ocupar a vaga.

    A polêmica foi antecipada pela coluna "Sem Legenda", da Folha.

    Desde que o filme de Mendonça Filho estreou no Festival de Cannes, em maio, o diretor é alvo de postagens ofensivas por parte de Petrucelli. Durante o festival francês, o cineasta e a equipe de "Aquarius" empunharam cartazes contra o impeachment de Dilma Rousseff com os seguintes dizeres: "Um golpe está acontecendo no Brasil".

    Petrucelli escreveu que "vergonha é o mínimo que se pode dizer" do ato.

    Gabriel Mascaro ("Boi Neon"), Anna Muylaert ("Mãe Só Há Uma") e Aly Muritiba ("Para Minha Amada Morta") desistiram de inscrever seus longas para análise da comissão.

    Petrucelli que sua contrariedade se limita às posições políticas do diretor e que isso não vai afetar seu julgamento na comissão. Outros membros também negam partidarização.

    Secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini diz que a polêmica é infundada e que o processo de escolha de Petrucelli seguiu os trâmites normais e teve "transparência absoluta".

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