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    CRÍTICA

    Drama adolescente 'Nerve' não banca pretensa ousadia

    CÁSSIO STARLING CARLOS
    CRÍTICO DA FOLHA

    30/08/2016 02h31

    A primeira impressão de "Nerve - Um Jogo Sem Regras" não é lá muito boa. A telona do cinema aparece como uma amplificação da tela do computador, com ícones de programas e aplicativos que todo mundo usa misturados a pop-ups, chats e sites populares.

    Até aí, parece que veremos uma linguagem do início do século passado simular, sem dar muito certo, as ferramentas de comunicação de hoje. Ainda bem que o filme não insiste muito nesse esforço.

    O título se refere a um jogo, misto de rede social e reality show, que faz os protagonistas encararem desafios progressivos.

    O que começa com brincadeiras bobas, como beijar um estranho, avança até situações de alto risco.

    Divulgação
    Cena do filme Nerve - Um jogo sem regras [Nerve, Estados Unidos, 2016], de Henry Joost, Ariel Schulman (Paris). Genero: suspense. Elenco: Emma Roberts, Dave Franco, Juliette Lewis. Classificacao: 12 anos ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Ian (Dave Franco) e Vee (Emma Roberts) em cena do longa 'Nerve - Um Jogo Sem Regras'

    A trama copia uns truques básicos de "Jogos Mortais", outro livro-filme que combina luta pela sobrevivência e manipulação pelo poder. A vantagem é que "Nerve" é menos pretensioso e tenta passar uma mensagem mais direta.

    Seu mundo não é uma utopia negativa nem uma alegoria remota, é o mesmo em que vivemos, aqui e agora.

    Vee e Ian, o par de protagonistas do filme-jogo, são motivados pelo número crescente de seguidores e de curtidas.

    Ela é uma garota travada que mora com a mãe. Ele tem atitude e está pronto a ajudá-la a fazer o upgrade.

    A disputa com a melhor amiga, a timidez do colega apaixonado, a vontade de dar um pontapé nas regras são algumas situações que enquadram "Nerve" na escola do "teen movie".

    Os draminhas são os de sempre, só que os personagens estão expostos a questões atuais, como a hiperexposição da intimidade, a troca do real pelo virtual e a manipulação das escolhas.

    Se não fosse pelo antiquado final, quando o bem entra em campo para derrotar o mal, "Nerve" seria um filme amoral como o nosso tempo. Sem bancar a ousadia, o efeito que provoca acaba sendo o mesmo dos filmes a que nossos bisavós assistiam quando eles eram jovens.

    NERVE - UM JOGO SEM REGRAS (Nerve)
    DIREÇÃO Henry Joost e Ariel Schulman
    ELENCO Emma Roberts, Dave Franco e Emily Meade
    PRODUÇÃO EUA, 2016, 12 anos
    QUANDO em cartaz

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