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    Por falta de verba, Orquestra Sinfônica Brasileira cancela temporada de 2016

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    13/09/2016 12h03

    O futuro da Orquestra Sinfônica Brasileira é incerto. Com um déficit de R$ 15,5 milhões no orçamento anual –dos quais R$ 5 milhões configuram uma dívida do ano anterior–, a instituição suspendeu o restante de sua temporada de 2016 (num total de 12 concertos) e suas ações socioeducativas, e tenta entrar em um acordo com músicos e funcionários.

    Em uma carta aberta publicada no site da orquestra neste domingo (11), os conselheiros da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb) alegaram que o total arrecadado junto a empresas privadas caiu para menos da metade, havendo uma redução de R$ 16 milhões na captação entre mantenedores, patrocinadores e apoiadores.

    Cícero Rodrigues/Divulgação
    Apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira. (Foto: Cícero Rodrigues/Divulgação) *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
    Orquestra Sinfônica Brasileira durante apresentação

    De acordo com o anúncio, a Prefeitura do Rio de Janeiro, que financia a OSB desde 1994, costumava contribuir anualmente com um valor médio de R$ 6 milhões, mas, nos últimos quatro anos, o valor total aportado foi de R$ 9 milhões –em 2016, o montante foi de R$ 2,5 milhões.

    A fundação alega ter reduzido suas despesas em mais de 35% nos últimos quatro anos, passando de R$ 40 milhões para R$ 26 milhões por meio de ajustes em sua programação e redução de seus quadros de músicos e administradores.

    No entanto, o orçamento disponível, cerca de R$ 15 milhões, não seria suficiente para cobrir os custos fixos, que, de acordo com a instituição, ultrapassam R$ 22 milhões.

    A carta não é o primeiro apelo da instituição referente à sua situação financeira. Em junho, a fundação efetuou severos cortes reduzindo pela metade sua programação do segundo semestre –11 espetáculos foram cancelados e quatro apresentações foram remanejadas.

    Em abril, a Procuradoria da República no Rio de Janeiro, órgão do Ministério Público Federal, deu um prazo de 90 dias para que a Fosb explicasse seus gastos e continuasse a solicitar junto ao Ministério da Cultura verbas via lei Rouanet.

    À época, cerca de R$ 16 milhões movimentados pela orquestra careciam de explicações ao Ministério Público Federal.

    Ainda assim, o MinC se comprometeu a suspender temporariamente os efeitos da inabilitação da Fosb. Com isso, a fundação pode voltar a receber verbas por meio de isenção fiscal.

    A situação atual da Fosb com o MPF ainda não foi esclarecida à reportagem.

    A Folha tentou entrar em contato com o presidente da fundação, Eleazar de Carvalho Filho, mas ainda não obteve resposta.

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