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Ilustrada
Tuesday, 25-Jun-2024 03:34:17 -03CRÍTICA
Superficialidade compromete intenção crítica de 'Cães de Guerra'
ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA14/09/2016 02h27
Se há algo interessante em "Cães de Guerra" é o tema, pouquíssimo abordado pelo cinema: o tráfico de armas, atividade tão poderosa quanto nauseabunda.
Baseado numa história rocambolesca e, no entanto, real, o filme põe em cena Efraim Diveroli (Jonah Hill) e David Packouz (Miles Teller), dois amigos de infância que começam a se dedicar ao fornecimento de armas ao Exército norte-americano durante a Guerra do Iraque.
Efraim percebe que pequenas empresas podem se dedicar ao negócio, pois muitas licitações se referem a contratos de pequena monta e são desprezadas pelos grandes comerciantes.
Divulgação Miles Teller e Jonah Hill em cena de "Cães de Guerra" Aproveitando as oportunidades, a dupla começa a encher os bolsos rapidamente e a levar uma vida nababesca, sem dilemas de ordem moral.
Nadando em dinheiro, resolvem entrar numa grande concorrência para armar soldados afegãos. Para honrar o compromisso, acabam se envolvendo com a máfia albanesa, mas demoram a perceber com quem estão lidando.
Carismático, Efraim –o cérebro da dupla– é a única figura cômica. O introspectivo David é descrito como o bonzinho, mas é tão pusilânime quanto Efraim. Caracterizados a partir de estereótipos, ambos carecem de densidade.
Essa superficialidade compromete a intenção crítica que o filme parece ter. A cena final, que transborda de ambiguidade, se aplica ao filme como um todo, demasiado indulgente com a cultura do lucro a qualquer preço.
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