• Ilustrada

    Sunday, 28-Apr-2024 08:11:13 -03

    Crítica

    'Bruxa de Blair' não dá um mísero susto no espectador

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    15/09/2016 02h07

    Em 1999, "A Bruxa de Blair" fez furor nos cinemas. Um filme de terror montado a partir do que seriam os registros em vídeo deixados por três estudantes que desaparecem numa floresta onde, diz a lenda local, uma bruxa mata os incautos.

    A continuação, no ano seguinte, foi pavorosa –no pior sentido. "Bruxa de Blair - O Livro das Sombras" não tinha o mesmo frescor do original, apenas os mesmos defeitos: atuações amadoras, roteiro frouxo, poucos sustos, a repetição cansativa das imagens tremidas das câmeras dos ameaçados pela bruxa.

    Agora, 16 anos depois, o nome do novo filme é simplesmente "Bruxa de Blair", sem mais complementos, o que deixava dúvidas: trata-se de uma continuação ou é a refilmagem do primeiro?

    O longa mistura um pouco dos dois, e, mais uma vez, a promessa de um bom filme de terror não se concretiza.

    A versão 2016 comete um pecado mortal para um filme do gênero: não dá um mísero susto no espectador.

    Na história, o irmão caçula de uma estudante desaparecida há anos na tal floresta resolve entrar no lugar com a namorada e um casal de amigos, em busca de respostas para o sumiço da garota.

    No início da jornada, eles se unem a um casal que mora na cidade, que passam a servir de guia no meio do mato. Não demora muito para que as coisas fiquem complicadas para a turma.

    Ameaças misteriosas vão separar os amigos e jogar cada um deles numa luta para sobreviver. Bem, não dá para saber que coisa está realmente à espreita, e a trama vai até o final se equilibrando na dúvida: a bruxa existe?

    Resumindo o enredo, até que não parece tão ruim. Mas filme de terror sem sustos acaba insuportável. As situações de perigo são previsíveis e ainda piores com a atuação sofrível do jovem elenco.

    Como único momento memorável, há uma sequência bem angustiante, quando uma das garotas tenta escapar daquilo que a persegue –a bruxa?– entrando em um túnel estreito. Pena que em nenhuma outra cena consiga resultado semelhante. E a sequência final é a menos empolgante possível, de deixar a plateia com raiva.

    "Bruxa de Blair" não é apenas um filme ruim. É perfeitamente dispensável.

    BRUXA DE BLAIR (Blair Witch)
    DIREÇÃO Adam Wingard
    ELENCO James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid
    PRODUÇÃO EUA, 2016, 16 anos
    QUANDO: Estreia nesta quinta (15)

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024