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    Murilo Benício vive criador da TV nos anos 1950 em 'Nada Será Como Antes'

    LÍGIA MESQUITA
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO

    25/09/2016 02h22

    "Existem duas formas de agradar o público: uma é dando o que eles querem; a outra é surpreendendo", diz Saulo, que acaba de colocar no ar a fictícia TV Guanabara, primeira emissora nacional.

    O empresário vivido por Murilo Benício, 44, protagoniza "Nada Será Como Antes", série ambientada nos anos 50 que estreia nesta terça (27), na Globo, tendo como pano de fundo a chegada da TV ao país.

    A trama de 12 capítulos foi criada por Guel Arraes e Jorge Furtado, que assinam o roteiro ao lado de João Falcão, e direção artística de José Luiz Villamarim. A fotografia é de Walter Carvalho.

    Divulgação
    Cap 01 - Saulo ( Murilo Benicio ) e Veronica ( Debora Falabella ) na série 'Nada Será como Antes'. *************EXCLUSIVO MONICA BERGAMO*************** ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Débora Falabella e Murilo Benício na série

    Ao contrário de seu personagem, Benício não tem ideia do que o público quer, só sabe que o telespectador não deve ser subestimado.

    A única certeza que tem, diz, é que todos os envolvidos nessa série fizeram um produto de alta qualidade. "Agora, se vai ser sucesso, é outra coisa", diz à Folha na varanda de seu apartamento, na Barra, no Rio.

    Na série, Saulo vive uma história de amor com a atriz de radionovela Verônica, interpretada pela mulher de Benício, Débora Falabella.

    Ele é um empreendedor que começa vendendo aparelhos de rádio e que depois cria sua emissora, a Rádio Guanabara. Anos mais tarde, aposta na televisão.

    Leia a seguir a entrevista do ator à Folha:

    Folha - Qual sua referência para criar o Saulo? Foi Assis Chateaubriand?
    Murilo Benício - Fiquei muito mais na história do Boni [José Bonifácio de Oliveira Sobrinho] e do Walter Clark, mais até do que a do Chatô, que eu já conhecia. Quis me aprofundar mais no Boni porque ele viveu muita coisa que eu vi de perto. Nunca tive contato com ele, nem o conheci. Não houve necessidade de perturbá-lo agora, até porque não estou interpretando ele. O Saulo é inspirado em todo mundo que fez e faz TV, inclusive no Guel, no Jorge Furtado.

    O que você achou de mais interessante na trajetória do Boni e do Clark?
    A certeza. Não tem insegurança, é a certeza absoluta dessa maluquice dos sonhos, da aposta. O Saulo tem muito isso. Faz a coisa acontecer. No processo de dar certo, você faz com certeza absoluta.

    Saulo é apaixonado pelo que faz ou só pensa no poder?
    É apaixonado. Ele pensa em vencer, em fazer uma novela e ter 500 milhões de telespectadores. É claro que tem dinheiro, mas antes de mais nada existe a realização. Porque era uma coisa absurda. Você monta uma TV e percebe: mas quem tem TV? Quem vai ver isso? Aí é aquela coisa do Chatô que espalhou televisão pelo país inteiro para dar audiência para ele.

    O formato série te atrai mais?
    Atrai mais, mas eu como bom funcionário da Rede Globo sei que é importante a novela. Mas não é pelo formato em si, mas pelo tempo que se tem para fazer. Uma novela tem 30 cenas por dia, numa série são sete. Fizemos vários planos-sequência aqui, algo raro em novela. Digo isso não para desmerecer a novela, mas para dizer o quanto é especial o que estamos fazendo nessa série. Agora, se vai ser sucesso, é outra coisa.

    Já fez coisas boas que não deram audiência?
    Nunca fui traído pela qualidade, de falar "Achei que fosse ser um sucesso porque é muito bom". Quando fizemos o remake de "Irmãos Coragem" (1995), com o Luiz Fernando Carvalho, foi um fracasso de audiência e era uma novela linda, espetacular. Tem um momento que essa ponte para o público é totalmente desconhecida. A gente faz sempre o melhor.

    A série mostra o surgimento das telenovelas no Brasil, que eram puro melodrama. Hoje debatemos se há excesso de realidade nas tramas. O que você acha?
    Acho que se é bom, pode fazer a mesma coisa horário após horário, às 18h, às 19h e às 20h. Não é overdose de realismo. É impossível fazer sucesso atrás de sucesso, mas se é bom, as pessoas vão ver.

    NA TV
    Nada Será Como Antes
    QUANDO: às terças-feiras, a partir do dia 27, após "Velho Chico"

    Edição impressa

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