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    Representatividade atualiza refilmagem de obra clássica

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/09/2016 02h02

    Divulgação
    Vincent D'Onofrio, Martin Sensmeier, Manuel Garcia-Rulfo, Ethan Hawke, Denzel Washington, Chris Pratt e Byung-hun Lee no filme "Sete Homens e um Destino"
    Vincent D'Onofrio, Martin Sensmeier, Manuel Garcia-Rulfo, Ethan Hawke, Denzel Washington, Chris Pratt e Byung-hun Lee no filme "Sete Homens e um Destino"

    Refilmagens existem desde que o cinema nasceu. Desde que Louis Lumière, ainda no século 19, realizou duas versões para o curta "O Regador Aguado".

    Se refilmagens podem indicar uma crise criativa, é necessário separar as boas daquelas que são meros caça-níqueis. A versão de 2016 para "Sete Homens e um Destino" não é comparável com a de 1960, de John Sturges, muito menos com o original "Os Sete Samurais", de Akira Kurosawa. Mas promove uma interessante atualização da trama.

    Por atualização, entenda-se a necessidade de pensar na representatividade. Os sete magníficos vão proteger uma colônia de fazendeiros dos latifundiários inescrupulosos chefiados pelo cruel Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard).

    Estão lá o índio Red Harvest (Martin Sensmeier), o chinês Billy Rocks (vivido pelo coreano Lee Byung-hun), o mexicano Vasquez (Manuel Garcia-Rulfo), o pastor Jack Horne (Vincent d'Onofrio), o francês Goodnight Robicheaux (Ethan Hawke), o judeu Josh Faraday (Chris Pratt).

    Todos são nobres a seu modo, liderados pelo caçador de recompensas negro Chisolm (Denzel Washington), um homem igualmente nobre. Eles aceitam arriscar a vida por uma ninharia, movidos por um sentimento de revolta contra a injustiça e a exploração dos oprimidos.

    TERRA PROMETIDA

    Representam uma ideia muito clara, presente em boa parte do cinema americano contemporâneo: os Estados Unidos como terra para onde convergem pessoas do mundo todo, em busca de oportunidade ou de uma segunda chance.

    O diretor, Antoine Fuqua, demonstra uma clara evolução em relação aos filmes que realizou na década passada. Evolução que já era sensível em "O Protetor" (2014), e mais ainda em "Nocaute" (2015).

    Curiosamente, Fuqua representa para a estética cinematográfica de hoje o mesmo que Sturges, diretor da versão de 1960, representava para a de sua época. Ambos são artesãos, diretores que costumam submeter o estilo pessoal às necessidades da narrativa.

    Sete Homens e um Destino
    DIREÇÃO: ANTOINE FUQUA
    ELENCO: DENZEL WASHINGTON, PETER SARSGAARD E ETHAN HAWKE
    PRODUÇÃO: EUA, 2016, 14 ANOS
    QUANDO: EM CARTAZ

    Edição impressa

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