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    Orquestra Filarmônica de Hamburgo une sua história à latinidade

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    26/09/2016 02h02

    Felix Broede
    Com regência de Kent Nagano, Filarmônica de Hamburgo se apresenta em 2015
    Com regência de Kent Nagano, Filarmônica de Hamburgo se apresenta em 2015

    À primeira vista, o repertório que a Orquestra Filarmônica de Hamburgo se propôs a executar em turnê pela América Latina parece um porto seguro na era romântica.

    Mas por trás da seleção a ser apresentada nesta segunda (26) e terça (27), na Sala São Paulo, está a vontade de contar parte de sua história, unida a um toque de latinidade.

    Regido pelo americano Kent Nagano, com o violoncelista francês Gautier Capuçon e a meio-soprano japonesa Mihoko Fujimura, o espetáculo é parte da temporada anual da Cultura Artística.

    Algumas referências são mais óbvias do que outras: Brahms (1833-1897) nasceu e cresceu em Hamburgo e foi regente da orquestra.

    Sua "Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op. 68" figura no programa da noite de estreia, após uma aproximação à cultura latina com "Dom Quixote, Op. 35" de Richard Strauss (1864-1949), solada por Capuçon.

    O segundo concerto inicia com o prelúdio de "Tristão e Isolda", ópera de Wagner (1813-1883), cantado por Fujimura. Encerra com "Sinfonia nº 6 em Lá Maior, WAB 106", de Bruckner (1824-1896).

    "Hamburgo foi um dos primeiros lugares em que Bruckner fez sucesso. Seus trabalhos em Viena não somente não eram aceitos em algumas ocasiões como também foram ridicularizados", conta Nagano.

    Quando Nagano estava prestes a assumir sua primeira grande empreitada como diretor musical de uma orquestra estrangeira —a francesa de Lyon— não se considerava um mestre do ofício.

    Quase 30 anos depois, ele dirige duas orquestras: a Filarmônica de Hamburgo e a Sinfônica de Montreal, mas, ainda que receba o título de maestro, se diz aprendiz.

    Nagano ganhou notoriedade ao interpretar obras de Frank Zappa e Olivier Messiaen, dos quais tornou-se muito próximo. O estrelato, no entanto, não é de seu agrado. "Está na moda dizer 'sou incrível, sou sociável', o que me faz rir bastante", diz, aos 64 anos, criticando a autopropaganda nas redes sociais.

    "Se você faz música, canta num coral ou toca algum instrumento, isso é o que tem de mais sociável."

    ORQUESTRA FILARMÔNICA DE HAMBURGO
    QUANDO seg. (26) e ter. (27), às 21h
    ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. 3258-3344
    QUANTO de R$ 50 a R$ 510
    CLASSIFICAÇÃO livre

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