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    Documentário 'Vinte Anos' abarca as transformações em uma Cuba mutante

    GUILHERME GENESTRETI
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

    27/09/2016 02h24

    Exibido na noite de domingo (25), durante o Festival de Brasília, "Vinte Anos", de Alice de Andrade, anuncia-se como uma obra sobre o passar do tempo num lugar que parece parado no tempo.

    O local é Cuba, país revisitado pela diretora entre dois momentos bem particulares na história da ilha: o início do período especial, em 1992, quando a URSS se esfacelou e os recursos minguaram; e a década atual, em que o enclave socialista começa a se abrir.

    O foco do documentário é a trajetória de três pares, recém-casados no início dos anos 1990, que experimentam as transformações políticas cubanas. Um deles tenta a vida em subempregos nos EUA; outro vive do dinheiro enviado pela filha da Costa Rica; o terceiro se converte ao neopentecostalismo.

    Divulgação
    Créditos: Divulgação Legenda: Cena do filme "Vinte Anos" ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Cena de 'Vinte Anos', de Alice de Andrade, que compete na mostra brasiliense de cinema

    As imagens mais antigas já apareciam em curta anterior da diretora, lançado em 1993: "Luna de Miel" nasceu a partir de sua curiosidade sobre as particularidades dos casamentos em Cuba, onde o governo presenteava os noivos com caixas de cerveja, rum e lua de mel em hotel turístico.

    "Era como uma bolha de felicidade, entre a austeridade e o luxo", diz Alice, filha do cineasta Joaquim Pedro de Andrade (de "Macunaíma").

    Dois dos curtas da noite de domingo também trabalham com imagens de arquivo, mas os resultados são opostos.

    "Procura-se Irenice", de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça, desperta interesse para a trajetória de uma atleta perseguida pela ditadura militar. "Confidente", de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes, repete fragmentos à exaustão como se para testar a paciência do público.

    Antes da sessão, o cineasta Cláudio Assis ("Big Jato") invadiu o palco para protestar: "Abaixo a censura", disse, aplaudido, enquanto a organização aumentava o volume da música para que descesse.

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