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    Festival do Rio começa nesta quinta-feira mais enxuto e mais curto

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    05/10/2016 02h30

    Em sua primeira edição pós-Jogos Olímpicos, o Festival do Rio, que começa nesta quinta (6), passará por reformulações geográficas -voltará a incluir espaços na Barra da Tijuca- e financeiras: atingido pela crise, comprimiu sua programação e a duração.

    No ano passado, foram cerca de 320 filmes. Houve uma enxugada: serão 250. Em vez dos tradicionais 15 dias de duração, a mostra carioca ficou mais austera, com 11. "É a duração média dos grandes festivais do mundo", diz Ilda Santiago, diretora da mostra carioca, em sua 18ª edição.

    Divulgação
    Cena do filme "Os Garotos nas Árvores", que será exibido no Festival do Rio 2016
    Cena do filme "Os Garotos nas Árvores", que será exibido no Festival do Rio 2016

    Geograficamente, a marcha para o oeste estará escancarada já na noite da abertura: sai o Cine Odeon, no centro do Rio, que tradicionalmente sediou a gala, e entra a Cidade das Artes, na Barra, onde será projetada a ficção científica "A Chegada", de Denis Villeneuve, que dará início à programação.

    "A nossa ideia é que não seja um evento só para a zona sul do Rio", diz Ilda. "Por muito tempo, falou-se que a Barra era longe e não tinha o tipo de público do festival, mas, depois da Olimpíada, ela passou a ter uma outra posição."

    O shopping Downtown é outro ponto do bairro que receberá filmes da mostra. Já o Boulevard Olímpico, na região central, terá sessões gratuitas a céu aberto.

    Não que a zona sul tenha ficado desprestigiada: ela continuará como o coração do festival. Com as salas interditadas, o Lagoon, na Lagoa, perderá as sessões da mostra Première Brasil para o Roxy, em Copacabana.

    "É uma forma de homenagear o cinema de rua e também o bairro mais simbólico da cidade", diz Ilda.

    Entre os mais de 50 títulos da Première Brasil estão "Era o Hotel Cambridge", filme sobre uma ocupação de sem-teto no centro de São Paulo dirigido por Eliane Caffé. Em 2003, ela ganhou o prêmio de melhor filme do público com "Narradores de Javé".

    Estreante em longas, Felipe Scholl exibe nessa seção "Fala Comigo", drama sobre um adolescente obcecado pelas pacientes da mãe, psicanalista.

    "Misturar nomes ainda não estabelecidos com diretores que já têm um lastro é o que cria vitalidade para o festival", diz Ilda.

    Fora da competição de filmes nacionais, o evento carioca trará as primeiras exibições no país de filmes festejados lá fora, caso de "Eu, Daniel Blake", drama proletário que rendeu a segunda Palma de Ouro ao diretor Ken Loach, em Cannes, e a surpreendente comédia alemã "Toni Erdmann", que saiu da mostra francesa como o longa mais querido da imprensa.

    Do último Festival de Veneza vem "A Chegada", ficção científica de Denis Villeneuve que abre o evento cinematográfico carioca.

    Parte dos filmes exibidos no Rio também estará na programação da Mostra de Cinema de São Paulo.

    "Cada festival tem um perfil muito claro, mas sempre há filmes que são do interesse de ambos", diz Ilda. "Deixar de programar um filme só porque ele está em outro festival é penalizar o mercado e o público de uma cidade."

    FESTIVAL DO RIO
    QUANDO de 6/10 a 16/10
    ONDE diversos locais
    QUANTO consultar salas de cinema; pacotes de R$ 66 (seis ingressos) a R$ 200 (20 ingressos).
    MAIS INFORMAÇÕES festivaldorio.com.br

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