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    Plataforma faz 'crowdticketing' para sessões de cinema

    RAFAEL BALAGO
    DE SÃO PAULO

    09/10/2016 02h00

    Enquanto uma sessão de cinema era suspensa em Brasília por falta de público, outra do mesmo filme, no Rio, tinha a lotação garantida.

    Essa previsibilidade é uma das vantagens do Kinorama, ferramenta de cinema sob demanda que começou a funcionar no final de agosto.

    Nela, a venda dos ingressos é feita pela internet, pelo preço normal de bilheteria, mas a sessão só é realizada se 60% deles forem vendidos.

    Divulgação
    Cena de "Epidemia de Cores", cuja sessão foi viabilizada pelo Kinorama (Divulgação) ORG XMIT: n9iV0FEWIGHsbS8fZ-uv ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Cena de 'Epidemia de Cores', cuja sessão foi viabilizada pelo Kinorama

    Caso isso não aconteça, o cinema programa outro filme, com venda normal, e não tem prejuízo. O modelo é chamado "crowdticketing", em alusão ao "crowdfunding".

    "Nossa proposta é abrir espaço para filmes que têm dificuldade de entrar em circuito, especialmente documentários, que não costumam fazer grande bilheteria, além de ampliar as opções para o público", diz Eduardo Gomes.

    Gomes, 39, é um dos idealizadores do Kinorama, ao lado de Raphael Erichsen, 38 e Clarice Laus, 31. De acordo com ele, dois terços dos filmes brasileiros não chegam às salas, e a ocupação média delas é de 20%. Na primeira sessão vendida assim, em São Paulo, a lotação chegou a 92%.

    O site se inspirou na página Queremos, que junta fãs interessados em trazer shows para suas cidades, e em plataformas estrangeiras como o americano Gathr e o espanhol Screenly, que atuam em várias localidades.

    O Kinorama foi lançada em março, no Rio de Janeiro, junto com um edital para a escolha dos filmes a exibir.

    O primeiro deles, "Epidemia das Cores", com cinco sessões em quatro cidades do Brasil, é um documentário sobre a rotina de um hospital psiquiátrico em Porto Alegre.

    Outros filmes que devem ter sessões vendidas pela ferramenta são o drama brasileiro "Asco", de Ale Paschoalini, e o documentário "India's Daugther", que mostra a história do estupro coletivo que desencadeou protestos em 2012 no país.

    Depois das cinco sessões programadas de "Epidemia", a equipe do Kinorama se reunirá para avaliar os resultados e rever procedimentos, especialmente logísticos.

    Uma das questões é como lidar com o hábito dos brasileiros de adquirir ingressos só pouco antes da sessão. Por enquanto, se a meta de 60% das entradas é atingida, a venda dos ingressos finais é liberada na bilheteria apenas no dia da sessão.

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