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    Diretor tenta recriar sucesso de 'O Código Da Vinci' em 'Inferno'

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    13/10/2016 02h00

    Quando o "O Código Da Vinci" foi lançado nos cinemas, em 2006, a ideia da Sony era ter uma franquia tão poderosa quanto "Harry Potter". Afinal, o livro de Dan Brown que o filme adaptava havia vendido 80 milhões de cópias e transformou o professor de simbologia Robert Langdon em um herói pop.

    O longa rendeu US$ 758 milhões (R$ 2,4 bi) no planeta e parecia o início de uma galinha dos ovos de ouro. Mas não foi o que aconteceu: sua sequência, "Anjos e Demônios" (2009), foi um banho de água fria, faturando US$ 485 milhões (1,6 bi).

    Uma década após o primeiro filme, a missão do diretor Ron Howard (que dirigiu os três) é árdua: mostrar que "Inferno", a nova aventura do simbologista criado por Brown e vivido por Tom Hanks, pode competir de igual para igual com os super-heróis.

    Divulgação
    Tom Hanks e Felicity Jones em cena de "Inferno"
    Tom Hanks e Felicity Jones em cena de "Inferno"

    "As pessoas desejam ver esse filme, há uma vontade clara", acredita Howard, em entrevista no seu escritório, em Beverly Hills.

    ADULTOS

    "É um filme para adultos, não é um filme da Marvel. Se 'O Código Da Vinci' foi mais hitchcockiano, 'Inferno' é um thriller no estilo 'Bourne', 'A Trama' ou bons suspenses franceses urbanos. Mudei meu estilo para esse filme e acho que ele ficou mais contemporâneo e ousado."

    "Inferno" procura realmente se distanciar (até certo ponto) do estilo "coxinha" de Howard nos longas anteriores, apoiado pelo tema mais global do texto de Brown. Langdon não busca mistérios religiosos, mas se vê como parte de uma teia de intrigas que pode resultar na morte de parte da população mundial.

    Uma trama que envolve ainda uma gênia de missão ambígua, interpretada pela inglesa Felicity Jones, premiada com o Oscar 2015 de melhor atriz pelo filme "A Teoria de Tudo".

    A escolha por "Inferno" marca uma mudança: hoje, o mercado internacional representa uma fatia muito importante das bilheterias. Esse fator foi crucial para o diretor pular o terceiro livro de Brown, "O Símbolo Perdido" (2009), que mostra Langdon desvendando uma conspiração maçônica em Washington.

    "O livro é incrível, mas o tema e o tom de 'O Símbolo Perdido' são muito parecidos com as aventuras anteriores, que remetam ao passado. Quando 'Inferno' saiu, vi que tinha a oportunidade de dar um passo à frente na franquia", diz.

    "Agora, filmes com altos orçamentos precisam olhar para um horizonte mais amplo em termos globais. Isso trouxe uma nova sensibilidade e gramática para mim como cineasta."

    CIDADES

    "Inferno" percorre as ruas apertadas e históricas de Florença, basicamente um museu a céu aberto na Itália. "O prefeito da cidade foi bem claro em relação ao que podíamos ou não fazer durante as filmagens."

    O mesmo não pode ser dito de Istambul. A cidade sofreu uma série de atentados, em 2015 e no início de 2016, e Howard achou melhor evitar levar a equipe principal. Ele deixou a tarefa de capturar tomadas exteriores sem atores com a segunda unidade da produção e recriou, para o clímax do longa, a basílica de Santa Sofia em Budapeste.

    A trama de "Inferno" trata das ações de um grupo radical que planeja infectar parte da população mundial para que a humanidade tenha alguma esperança no futuro –sem escassez de comida e problemas ambientais.

    "Li muito sobre essas teorias e acho que os dois lados têm argumentos válidos. A humanidade está chegando a uma encruzilhada. Mas é sempre perigoso quando alguém decide controlar os resultados com uma atitude mais radical."

    *

    A TRILOGIA DE DAN BROWN
    Relembre as investigações do simbologista Langdon

    O INFERNO, 2016

    O MISTÉRIO
    Langdon acorda em um hospital de Florença sem recordação de como foi parar lá e o motivo de sua amnésia. Ajudado pela médica Sienna Brooks (Felicity Jones), tenta descobrir qual o aviso contido em um cilindro com a projeção de uma obra de Botticelli

    A SOLUÇÃO
    Veja nos cinemas

    Divulgação
    Anjos e Demônios
    Tom Hanks em cena de "Anjos e Demônios"

    ANJOS E DEMÔNIOS, 2009

    O MISTÉRIO
    O 1º livro de Brown (e 2º filme da série) segue Langdon em Roma, investigando o assassinato de um padre, o desaparecimento de cardeais à véspera da eleição de um papa e o roubo de cápsulas de antimatéria

    A SOLUÇÃO
    Apesar de apontar para a vingança do grupo secreto Illuminati contra a Igreja Católica, Langdon descobre que o roubo e sequestro foram obras do padre radical Patrick McKenna (Ewan McGregor), que queria ser papa

    Divulgação
    ORG XMIT: 335901_0.tif Televisão: o ator Tom Hanks em cena do filme "Código da Vinci", inspirado no livro de Dan Brown. (Foto: Divulgação)
    Tom Hanks em cena do filme "Código da Vinci"

    O CÓDIGO DA VINCI, 2006

    O MISTÉRIO
    O professor de simbologia Langdon (Hanks) ajuda a investigar o assassinato do curador do Louvre. Ele e a criptologista Sophie Neveu (Audrey Tautou) descobrem conspirações envolvendo grupos como Opus Dei e Priorado de Sião

    A SOLUÇÃO
    Depois de uma série de pistas em Paris e Londres, Langdon descobre que Jesus teve uma linhagem sagrada com Maria Madalena e que Neveu é descendente de Cristo –além de achar o Santo Graal escondido sob uma pirâmide do Louvre

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