• Ilustrada

    Saturday, 04-May-2024 13:57:07 -03

    Remake dos anos 1970, 'Raízes' narra saga de família de escravos nos EUA

    LUCAS NEVES
    EDITOR-ADJUNTO DA "ILUSTRÍSSIMA"

    17/10/2016 02h23

    Divulgação
    Malachi Kirby em cena de "Raízes"
    Malachi Kirby em cena de "Raízes"

    O showbiz americano, mais por tino comercial do que por um recém-contraído ardor cívico de patrocinar um exame de consciência nacional, tem aberto espaço inédito para obras que tratam do período da escravidão no país e de suas repercussões até a nossa época.

    Filmes ("Histórias Cruzadas", "Django Livre", "12 Anos de Escravidão", "O Nascimento de Uma Nação"), discos (como os de Beyoncé e de sua irmã menos famosa, Solange Knowles) e séries de TV ("Underground") exploraram o filão, agora engrossado pela minissérie "Raízes", remake de uma produção homônima exibida no fim dos anos 1970.

    Contada em quatro episódios, mostra a saga multigeracional de uma família de escravos, desde a captura do jovem Kunta Kinte na Gâmbia e de seu envio para uma América colonial, em 1750, até a abolição do trabalho forçado nos EUA, em 1865, que beneficia o neto e o bisneto daquele. Tortura, mutilação, estupro e fugas ritmam a intriga das gerações intermediárias.

    A trama toma como base o romance de mesmo nome, vencedor do Pulitzer em 1977 e assinado por Alex Haley (que se dizia descendente direto de Kinte e é encarnado no programa por Laurence Fishburne, em breve aparição). A versão de agora incorpora descobertas feitas por historiadores nos últimos 40 anos e introduz personagens inexistentes no original.

    Divulgação
    Matthew Goode e Malachi Kirby em cena de "Raízes"
    Matthew Goode e Malachi Kirby em cena de "Raízes"

    Em evento de divulgação em abril passado, em Cannes (França), o elenco defendeu a atualidade do roteiro.

    "É triste que contar essa história hoje ainda seja tão relevante. A escravidão tem outro nome. As corporações são as plantações [de fazendas escravocratas] modernas, com seus salários irrisórios e demissões gratuitas", comparou Jonathan Rhys Meyers, que interpreta Tom Lea, agricultor branco que violenta a filha de Kinte, Kizzy, e aposta, numa rinha de galo, o filho que tem com ela.

    "Não há dúvida sobre a pertinência do projeto. Temos de perder o medo da verdade. Outro dia, um filho de um amigo meu, negro, foi abordado na escola por um coleguinha assim: 'Se o [Donald] Trump ganhar, você sabe que vai ter de voltar para a África, né?'. [A intolerância] é como um gene recessivo insidioso que volta a se manifestar sob a forma de um câncer", completou Anika Noni Rose, que encarna Kizzy.

    Forest Whitaker e Anna Paquin também atuam na minissérie.

    NA TV
    Raízes
    QUANDO estreia nesta seg. (17), às 22h40; exibição de seg. a qui., no mesmo horário, no History

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024