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    Livro 'Patrimônio Construído' retrata prédios tombados no país

    RAUL JUSTE LORES
    DE SÃO PAULO

    18/10/2016 02h10

    "O drone balança muito a 500 metros de altura, pelo vento, mas a câmera fica paradinha, uma beleza", diz Cristiano Mascaro, comentando o meio como obteve "novos ângulos expressivos da arquitetura" do Aterro do Flamengo e do Ibirapuera.

    Ele e o filho, Pedro Mascaro, hábil na engenhoca, fizeram do ar imagens para a segunda edição de "Patrimônio Construído". A primeira, de 2002 e esgotada há mais de dez anos, trazia as "cem mais belas edificações do Brasil" tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), selecionadas por especialistas em história e arquitetura.

    Nessa edição, são 110 –as 10 novas são todas do século 20, "período que havia sido relativamente menos contemplado na primeira edição", explica o casal de editores Bia e Pedro Corrêa do Lago.

    Um novo comitê, formado pelos críticos Fernando Serapião e Lauro Cavalcanti e o arquiteto Pedro Mendes da Rocha, selecionou as obras. Ao lado de ícones como o Masp, escolheram obras menos conhecidas do grande público, como a Rodoviária de Londrina (PR) e o Castelo D'Água, de Olinda (PE).

    O século passado, com as obras do apogeu do modernismo (do Conjunto Habitacional do Pedregulho, no Rio, ao Palácio da Alvorada, em Brasília), acabou se tornando o segundo mais destacado, com 26 obras –o primeiro é o 18, auge do barroco, com 38 bens destacados.

    As igrejas dominam, do século 16 ao 18. Junto com as obras mais famosas de Ouro Preto, Salvador e Olinda, o livro destaca as singelas Nossa Senhora da Assunção (1579) e Reis Magos (1580), ambas no Espírito Santo.

    Mascaro, um dos maiores nomes da fotografia de arquitetura, levou sete meses a registrar todo esse patrimônio, em quase 600 imagens. "O normal de obras assim é que se comprem fotos de arquivo. Começar do zero parecia uma loucura, rodei o país", diz.

    Como qualquer seleção de um ranking, o próprio editor reconhece ausências importantes: "As omissões mais óbvias são devidas à inexplicável falta de tombamento pelo Iphan de prédios fundamentais do século passado, como a FAU-USP". Talvez para uma terceira edição.

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    PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO
    AUTOR: Cristiano Mascaro
    EDITORA: Capivara
    QUANTO: R$ 160 (548 págs.)
    QUANDO: terça (18), às 18h30, na Livraria da Vila (r. Fradique Coutinho, 915, 11-3814-5811)

    Edição impressa

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