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    40ª MOSTRA DE CINEMA DE SP

    Da gravidez ao boxe, veja seleção temática com 40 filmes do evento

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    19/10/2016 02h00

    Divulgação
    Poster da 40ª Mostra de Cinema de SP desenhado pelo cineasta italiano Marco Bellocchio. Foto: Divulgacao PARA USO EXCLUSIVO DA ILUSTRADA ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Poster da 40ª Mostra de Cinema de SP desenhado pelo cineasta italiano Marco Bellocchio

    Em tempos de certezas absolutas cravadas em textão de rede social, a 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo propõe silêncio de duas horas –ou até oito, se o filme em questão for "Canção para Um Doloroso Mistério", do cineasta filipino Lav Diaz.

    Não que a voltagem política não esteja lá. Na verdade, ela dá a tônica do festival paulistano, que abre para o público nesta quinta (20) com 322 filmes, incluindo os das retrospectivas dedicadas aos politizados Marco Bellocchio e Andrzej Wajda, este morto no último dia 9, aos 90 anos.

    "Nos últimos anos se gritou muito. Agora é preciso refletir", diz Renata de Almeida, diretora da Mostra, que vê o cinema como uma forma de "as pessoas se calarem para ouvir outro ponto de vista."

    Como o dos refugiados –tema que dominou o último Festival de Berlim, em fevereiro, e migra para a Mostra em documentários como o brasileiro "Exodus", de Hank Levine, e "#MinhaFuga", da diretora alemã Elke Sasse.

    "São Paulo é um pouco a cidade dos desgarrados, somos formados por imigrantes."

    Ligações curiosas

    No cerne do turbilhão político desta edição há um foco dedicado à Polônia, país que no século 20 viveu opressão nazista, regime comunista, distensão, abertura econômica, e reflete a carga histórica nas obras de 18 diretores.

    Os traumas da Segunda Guerra aparecem em "Solstício de Verão", de Michal Rogalski. Já o fim da Cortina de Ferro é o foco de "Estados Unidos pelo Amor", terceiro longa de Tomasz Wasilewski, que rememora o episódio sob o olhar de quatro mulheres.

    De Krzysztof Kieslowski (1941-96), a Mostra traz os telefilmes de "Decálogo", cada um baseado num dos dez mandamentos. O "pai do cinema polonês", Wajda se faz presente em 17 filmes, incluindo "O Homem de Ferro" (1981), vencedor em Cannes.

    Fora das retrospectivas, os títulos internacionais são todos inéditos no país –o que não raro cria disputas com o Festival do Rio, cuja última edição terminou no dia 16.

    Renata defende a exclusividade: "Não existe isso de que, ao passar os mesmos filmes em mais de um festival, se dá mais oportunidades para o público. Hoje, a maioria já tem distribuição garantida. Temos é que dar mais chances para mais filmes", afirma.

    40ª MOSTRA DE SÃO PAULO
    QUANDO De 20/10 a 2/11
    ONDE 34 cinemas e vão livre do Masp
    QUANTO de R$ 18 (seg. a qui.) a R$ 22 (sex. a dom.), nas salas de cinema e on-line; pacotes de R$ 107 a R$ 460 (desconto para assinantes da Folha), na Central da Mostra (av. Paulista, 2.073, tel. 11-3171-3342 e 3171-3421)
    PROGRAMAÇÃO no site do evento

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