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    Colômbia e Brasil terão biblioteca binacional na fronteira

    GABRIELA SÁ PESSOA
    ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

    19/10/2016 09h45

    Na divisa do Brasil com a Colômbia, as cidades de Tabatinga (AM) e Letícia (do lado de lá) serão as primeiras a receber as unidades do projeto do MinC (Ministério da Cultura) que prevê bibliotecas nas regiões de fronteiras do país.

    Na terça (18), o ministro Marcelo Calero se reuniu em Bogotá com a ministra da Cultura colombiana, Mariana Garcés, para tratar das primeiras conversas sobre o assunto. Foi o primeiro encontro oficial entre os dois.

    Interdependentes, Tabatinga e Letícia são cidades irmãs na fronteira brasileira. A implementação do projeto de duas bibliotecas bilíngues, uma em cada país, servirá como modelo para outras experiências em outros quatro municípios que receberão o projeto.

    O programa foi anunciado no fim de 2015, pela gestão de Juca Ferreira. Agora, Calero quer incluí-lo no Bibliotecas do Amanhã, que pretende implementar a partir de 2017 com a modernização de bibliotecas e a construção de acervos em unidades do Minha Casa, Minha Vida.

    A pasta ainda não estimou, porém, quanto custará cada unidade na fronteira, que também receberá recursos colombianos, nem quando as obras começarão. Segundo o ministro, o programa depende da aprovação do orçamento da Cultura pelo Senado —a pasta propôs verba de R$ 733 milhões.

    Gabriela Sá Pessoa/Folhapress
    Os ministros da Cultura do Brasil e da Argentina, Marcelo Calero e Pablo Avelluto
    Os ministros da Cultura do Brasil e da Argentina, Marcelo Calero e Pablo Avelluto, na Colômbia

    SUL-SUL

    Calero viajou a Bogotá para participar da segunda edição do MICSUL, o Mercado de Indústrias Culturais do Sul. O evento promove rodas de negócios de produtores culturais da região com compradores sul-americanos e de todo o mundo, além de shows e mostras de cinema. Em parceria com a Apex, o MinC financiou a viagem de 60 representantes de projetos culturais à Colômbia.

    Na tarde de terça (18), reuniu-se com o ministro da Cultura da Argentina, Pablo Avelluto. No encontro, começaram a tratar de um acordo bilateral entre as duas pastas.

    O MinC propõe intensificar a cooperação e coprodução com o vizinho, em um projeto que prevê a criação de fóruns com produtores brasileiros e argentinos e o apoio mútuo em feiras culturais em outros países.

    Tanto Avelluto como Garcés se interessaram pelo Vale Cultura e pela Lei Rouanet e seu mecanismo de mecenato —a Colômbia não possui leis de incentivo como a brasileira.

    "Comentei que [a Rouanet] está neste momento sendo revisada pelo MinC", afirmou o ministro, que na véspera disse à Folha estar preocupado com a polarização política da comissão parlamentar, que se ocupa em discutir a convocação de artistas em vez de discutir fatos concretos.

    Sobre a proposta de criar um novo mecanismo de financiamento para a Funarte (Fundação Nacional das Artes), o ministro afirmou que o assunto está "caminhando" na Casa Civil, ainda sem propostas concretas.

    Outro tema em aberto em sua gestão, a indicação dos integrantes do Conselho Superior do Cinema, deve sair "nas próximas semanas". "Já definimos os nomes, que estão com a Casa Civil", afirmou Calero. Parte dos novos membros já foram notificados, segundo a Folha apurou.

    O Brasil sediará a próxima edição do MICSUL em 2018. O evento, segundo a Colômbia informou ao MinC, custou US$ 2 milhões ao país —a organização não informou o valor.

    A pasta ainda não definiu qual cidade receberá a feira, mas espera dispor de mais recursos para a convenção e contar com o patrocínio de empresas privadas via Rouanet.

    A jornalista GABRIELA SÁ PESSOA viajou a convite do MICSUR

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