• Ilustrada

    Monday, 29-Apr-2024 07:04:34 -03

    Kim Gordon retorna ao Brasil com Body/Head para show experimental

    ALINE PELLEGRINI
    EDITORA-ASSISTENTE DE CULTURA

    21/10/2016 02h22

    Cinco anos se passaram desde a última vinda de Kim Gordon ao Brasil. Em 2011, ela tocou no festival SWU, em Paulínia, show que rendeu o primeiro capítulo de sua autobiografia "A Garota da Banda" (Fábrica 231), intitulado "O fim". Após três décadas de existência, era a derradeira apresentação do Sonic Youth, banda que ela formou com o então marido, Thurston Moore, e com Lee Ranaldo.

    Agora, Kim volta com Bill Nace, da banda Vampire Belt, seu parceiro no duo Body/Head, para dois shows, nesta sexta (21) e sábado (22), no Sesc Pinheiros.

    Divulgação
    Bill Nace e Kim Gordon, o duo de guitarras de Body/Head
    Bill Nace e Kim Gordon, o duo de guitarras de Body/Head

    Os dois tocam guitarra, ela também canta. Não há percussão, muito menos uma tentativa de reprodução fiel das músicas. Livres de estrutura, a improvisação é o que rege tanto a gravação de "Coming Apart" (2013), único álbum da dupla até agora (somam-se a ele dois EPs), quanto as apresentações. Cada show é diferente. "É improvisação. É basicamente inventar coisas. Você não sabe o que vai acontecer, você só confia na outra pessoa", disse Kim à Folha.

    Em 2012, ela fazia música no seu porão quando chamou o amigo Bill para acompanhá-la. "Só começamos a tocar e foi muito libertador. É muito divertido fazer música e não saber como ela vai ser e achar que provavelmente ninguém vai se interessar. Então, a gente não precisa se preocupar em divulgar. Quer dizer, isso era o que eu pensava."

    Nasceu assim o duo Body/Head, com nome inspirado por uma obra da diretora francesa Catherine Breillat. "Veio desse filme sobre uma adolescente que se encontra com esse homem mais velho. Ela quer perder a virgindade, mas não quer perder o controle. É como se o corpo dela quisesse uma coisa e a cabeça quisesse outra. Body/Head. Uma espécie de oposição. É como se a audiência fosse o corpo e a gente fosse a cabeça. Ou o contrário."

    Considerada uma cineasta radical por seus filmes que exibem explicitamente a sexualidade, a violência e os problemas de gênero —"A Real Young Girl" (1976), longa de estreia da diretora, foi banido em muitos países e só foi realmente lançado nos cinemas em 2000—, Breillat é uma influência muito presente na produção do duo.

    Assim, a guitarrista canta sobre identidade feminina em muitas das composições, que ganham nomes como "Actress" e "Last Mistress". Outras são inspiradas por canções já conhecidas, como "Ain't", que surgiu a partir de "Ain't Got No, I Got Life", de Nina Simone.

    As músicas do Body/Head são descritas por Kim como fílmicas, quase como uma trilha sonora, e, nos shows, ganham projeções em câmera lenta. "Então quase nada acontece, é mais para sugerir algo."

    BODY/HEAD
    QUANDO sex. e sáb., às 21h
    ONDE Sesc Pinheiros; r. Pais Leme, 195, tel. (11) 3095-9400
    QUANTO R$ 18 a R$ 60
    CLASSIFICAÇÃO 10 anos

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024