A cantora Luiza Possi está em cartaz em São Paulo com o musical "Divas", no teatro Procópio Ferreira, e nesta terça (25) sobe em outro palco, no teatro Porto Seguro, para show de seu novo álbum, "LP". No mês que vem, canta ao lado da mãe, Zizi Possi, no Festival Nova Brasil.

Além disso, continua a alimentar semanalmente seu canal no YouTube, "LAB LP", no qual há mais de dois anos coloca vídeos com músicas que grava em estúdio com sua banda. Um trabalho de crooner mesmo, indo de samba a Michael Jackson.

Quem a vê tão ocupada não faz ideia do drama "existencial e musical" que enfrentou no ano passado. Segundo conta à Folha, foi a busca por uma identidade comum entre ela e sua música.

"Achei que fazia música pop, mas nesse caminho, de alguém que é visceralmente ligada à MPB, literalmente, eu vi que não era essa a linguagem. Antes, quando gravei Marisa Monte e Adriana Calcanhotto, para mim aquilo era o auge do pop."

Ela sentia que sua personalidade estava descolada de sua música. "Eu, sempre espontânea, sarcástica, e a minha música, melancólica, triste, 'ele não me quis' e tal, sempre corna, sofrendo pra cacete. Começou a criar uma angústia musical."

Luiza conta que não entendia quando, antes de entrar no palco, ficava ouvindo nos camarins Kendrick Lammar e Drake, para depois fazer um show "serião" de MPB.

Quando começou a gravar os vídeos no canal "Lab", já cantava músicas pop, mas em formato acústico, com voz, violão e piano. Ouvindo uma batida pesada no rádio, teve uma espécie de epifania e passou a levar uma banda encorpada para gravar.

As novidades constantes com o LAB ("O nome de laboratório me deu uma certa licença poética para experimentar de tudo") deram o gás para seu oitavo álbum, "LP", produzido por um grande nome da cena eletrônica, Górki.

"Nossos santos bateram. Meus encontros com ele eram a melhor coisa da semana. Acabamos não indo para o estúdio, gravamos na sala da minha casa, por oito meses."

O resultado realmente rompe com a trajetória MPB de Luiza. Além de canções autorais que lembram sonoridade de uma Rihanna, há regravações espertas: "Insight", de Jaloo, "O Meu Amor Mora no Rio Tempo", de Pélico, e "Como Eu Quero", hit anos 1980 do Kid Abelha.

"Quero que o meu disco esteja na playlist de favoritas que eu escuto", diz Luiza. Tudo indica que ela conseguiu.

*

LUIZA POSSI
QUANDO terça (25), às 21h
ONDE Teatro Porto Seguro, al. Barão de Piracicaba, 740, tel. (11) 3226-7300
QUANTO de R$ 60 a R$ 80
CLASSIFICAÇÃO 14 anos