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"A Nona Vida de Louis Drax" é difícil de encaixar nos gêneros básicos do cinema. Começa como fábula, esboça contornos de drama espiritualista e desemboca num thriller.

Como o diretor é um nome já conhecido do cinema de horror, Alexandre Aja (de "Viagem Maldita", 2006), a salada está pronta. Mas, acima das tentativas de rótulo, o filme é um drama complexo, nada preguiçoso.

Louis Drax é um menino de nove anos cuja vida é ligada a muitos acidentes. Esse azar infantil é narrado com leveza e humor, dando ao espectador uma ideia bem diferente do que virá no decorrer do filme.

O garoto cai de um penhasco e entra em coma. Nessa fase de "drama médico", a história ganha seu personagem principal, Allan Pascal, um especialista em lidar com crianças em sono profundo.

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	Jamie Dornan em cena de "A Nona Vida de Louis Drax"

A coisa ganha um ar fantasioso com as tentativas do médico de penetrar na mente do menino, mas é aí também que o filme assume o tom sombrio que irá até o final.

O enredo vai aos poucos revelando que os pais de Louis não são exatamente aqueles típicos de comercial de margarina. Há mistério, com indícios de perversão e violência. O próprio acidente com o menino está envolto em dúvidas. Qual a culpa dos pais?

No papel do médico Pascal, o irlandês Jamie Dornan surpreende. Parece ter muito mais a mostrar do que a expressão de enfado de "50 Tons de Cinza". Ele tem boa companhia da canadense Sarah Gadon, que, como a mãe do menino, faz um trabalho na cola das loiras ambíguas Hitchcock.

Como personagem-título, o também canadense Aiden Longworth tem a graça e a fragilidade que o papel pede. É em torno dele que circula este longa que, apesar do resultado irregular, é engenhoso.

A NONA VIDA DE LOUIS DRAX (The 9th Life of Louis Drax)
DIREÇÃO Alexandre Aja
ELENCO Jamie Dornan, Sarah Gadon, Aiden Longworth
PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos
QUANDO em cartaz