"Sempre fui muito empoeirado. Minha imagem sempre foi forte, mas um pouco distante do desejo das pessoas." A autocrítica do estilista João Pimenta diz respeito às suas últimas coleções que, focadas nos aspectos conceituais dos seus temas, não traduziam as boas ideias em vendas.

Nesta São Paulo Fashion Week, ele decidiu abraçar as tendências de moda, como as cores, os recortes e as silhuetas em voga, para provar que é possível fazer um bom conjunto de peças usáveis com valor criativo.

"Tecnicamente foi a coleção mais difícil de executar, porque aposto mais em modelagem e em manufatura",afirma Pimenta. "Não é que seja uma coleção comercial, mas tem uma preocupação de passar um raciocínio de moda globalizado."

	Keiny Andrade/Folhapress
	O estilista João Pimenta posa com look da sua coleção, desfilada na sexta-feira (28)

Haverá, sim, as saias e os babados que sua clientela restrita tanto gosta, mas também misturas de patchwork, nudes, sessenta tons pastel, listras e desenhos de onda desenvolvidos por cima de sarja.

Mestre em relê a indumentária do homem brasileiro -são emblemáticas as coleções inspiradas em vaqueiros e padres-, Pimenta nunca foi afeito ao negócio da moda. No entanto, desde que assumiu a direção criativa da marca de acessórios West Coast, procura um meio terno entre imagem e viabilidade comercial.

"Nunca tive o desejo de ir a showroom para vender minhas roupas, mas acho que é chegada a hora. Quero mostrar que sou capaz de desenvolver parcerias, vender", afirma o estilista.