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    Emicida leva rap com guitarras ao festival Porão do Rock, em Brasília

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

    31/10/2016 17h00

    Edgard Scandurra foi saudado como "guitar hero" no show do Ira!, e o Zumbis do Espaço balançou o palco das atrações mais pesadas. Mas, uma surpresa, as frases de guitarra mais poderosas do festival Porão do Rock, no sábado (29), em Brasília, saíram da apresentação de Emicida.

    Com sua banda afiada, incluindo dois guitarristas, o rapper paulistano estava totalmente à vontade diante de uma plateia com poucos "manos". Entre broncas nos políticos e louvação à sambista Clementina de Jesus (1901-1987), Emicida fez um show poderoso de pouco mais de meia hora.

    A contundência das letras autorais convive bem com os resgates musicais do repertório, como "Marinheiro Só". Emicida ganhou o público, com um bando de roqueiros de camiseta preta cantando juntos "O céu é meu pai/ A terra, mamãe/ O mundo inteiro é tipo a minha casa".

    Gerdan Wesley/Divulgação
    O rapper Emicida em apresentação no festival Porão do Rock, em Brasília
    O rapper Emicida em apresentação no festival Porão do Rock, em Brasília

    Em sua 19ª edição, o Porão do Rock segue como uma saudável mistura de nomes consagrados e bandas novas, em três palcos montados no estacionamento do estádio Mané Garrincha.

    Neste ano, o mainstream esteve representado por nomes como Ira! (pela primeira vez no festival), Supla, Nação Zumbi e Planet Hemp (que encerrou a função às 3h30 de domingo). Entre as novidades (pelo menos para quem não acompanha a cena brasiliense), é possível fazer uma lista de bandas que merecem atenção fora da capital federal.

    O power trio Passo Largo vai do rock ao blues com facilidade e muita técnica. Uma banda pronta para mercado maior, assim como o Trampa, de rock acelerado e um vocalista de boa presença, André Noblat.

    Como sempre, um som meio hippie continua vingando em Brasília. Boas amostras com o já bem encorpado Almirante Shiva e a promessa Joe Silhueta. Vindo de perto da cidade, o goianiense Boogarins mostrou no palco seu som lisérgico que é sucesso no circuito independente mundial, em raro momento desacelerado do Porão.

    Em uma noite muito bem recebida pelo público, os fãs do Ira! ganharam repertório especial. Depois de seis canções, Nasi anunciou que a banda tocaria a seguir, na íntegra, o álbum de 1986, "Vivendo e Não Aprendendo".

    Foi um chance de relembrar um disco que mais parece um "greatest hits", com, entre outras, "Envelheço na Cidade", "Flores em Você", "Nas Ruas", "Gritos na Multidão" e "Pobre Paulista".

    O jornalista THALES DE MENEZES viajou a convite do festival

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