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    Sucesso mundial que une dança e projeções, 'Pixel' estreia em SP

    IARA BIDERMAN
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    04/11/2016 02h23

    Vai chover, vai nevar e o palco vai fica ondulado, como se estivesse vivo, na estreia de "Pixel" em São Paulo, neste sábado (5), no Teatro Alfa.

    Apresentação mais pop da programação da FranceDanse, que trouxe 70 espetáculos franceses ao Brasil neste ano, "Pixel", da Compagnie Käfig, já circulou por uma centena de cidades do mundo.

    É a primeira vez que a companhia, dirigida por Mourad Merzouki e sediada em Lyon, vem ao país, embora vários bailarinos cariocas façam parte do grupo e Merzouki tenha criado três coreografias especialmente para os brasileiros: "Agwa" (2008), "Correria Agwa" (2010) e "Käfig Brasil" (2012).

    Em "Pixel" (sigla para a menor unidade de uma imagem digital), o coreógrafo convidou os artistas Adrien Mondot e Claire Bardainne para criarem as projeções que contracenam com os movimentos de seus bailarinos e criam os efeitos surpreendentes no palco.

    O espetáculo é um tecnossonho embalado por hip-hop e dança contemporânea, em que nada é o que parece ser: as imagens digitais ganham corpo e volume, e os corpos reais flutuam, crescem ou desaparecem no cenário virtual.

    "Quis fundir o real e o virtual no palco de um jeito que o público não conseguisse fazer a distinção entre os dois. Ao desestabilizar o elenco, tentamos criar algo que também desestabilizasse o espectador", diz Merzouki.

    Até chegar a esse efeito, houve muito vai-e-volta entre o coreógrafo, os artistas digitais e os bailarinos da Käfig.

    "Eu tinha que encontrar o movimento certo no meio da quantidade imensa de pixels que cerca os bailarinos. Já eles tinham de se adaptar ao ritmo das projeções e ao espaço virtual, algo muito perturbador que, no início, fazia com que perdessem todas as suas marcações de palco", conta o coreógrafo.

    A brincadeira começou a ficar boa quando a equipe percebeu as milhões de possibilidades oferecidas pelo ambiente virtual. "Com as projeções digitais, pude olhar o movimento como se estivesse brincando com uma câmera, virando a imagem de ponta-cabeça ou congelando-a."

    Para contrabalançar o peso da tecnologia, o coreógrafo buscou manter o equilíbrio entre os movimentos humanos e as projeções no palco. "O espetáculo tem uma parte importante e necessária de humanidade", afirma.

    A força dos corpos vêm do hip-hop, do circo e das artes marciais, principais influências de Merzouki, expoente das danças de rua na França que treina desde a infância. "Fujo da abordagem tacanha muitas vezes imposta ao hip-hop."

    *

    PIXEL
    QUANDO sáb. (5), às 16h e às 20h; dom. (6), às 18h; seg. (7), às 21h
    ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000
    QUANTO R$ 50 a R$ 180 (esgotado)
    CLASSIFICAÇÃO livre

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