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    'Domingos é um ditador amoroso', diz Caio Blat sobre diretor de 'BR716'

    DE SÃO PAULO

    08/11/2016 19h44

    O debate após a exibição de "BR716", nesta segunda (7), se tornou uma divertida homenagem a Domingos de Oliveira, diretor do filme.

    "O Domingos é imprevisível, caótico, nada democrático", afirmou, em tom bem-humorado, Caio Blat, protagonista do longa-metragem e um dos atores presentes no evento no Espaço Itaú Frei Caneca, em São Paulo.

    Ele interpreta Felipe, alter ego do diretor, que não pôde participar do evento. O personagem é um aspirante a escritor que vive em um amplo apartamento em Copacabana, um presente do pai. Neste endereço –rua Barata Ribeiro, 716, daí o nome do filme–, promove festas e vive amores intensos nos meses que antecedem o golpe militar de 1964.

    No debate, Blat lembrou que, antes de filmar, Oliveira costuma propor a todos os envolvidos na produção que se unam em um "trabalho colaborativo". Ao final, no entanto, como conta o ator, o cineasta faz "tudo do jeito que quer, do jeito como imaginou".

    Nas palavras de Blat, o diretor é um "ditador amoroso, ele te obriga a amá-lo".

    Paula Giolito/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 17-10-2014, 14h30: Retrato do diretor e cineasta Domingos de Oliveira, que está lançando sua autobiografia bem no momento em que ele não consegue achar distribuidor para seu filme mais recente, "Infância", e que ele enfrenta o Parkinson. (Foto: Paula Giolito/Folhapress, ILUSTRADA) ***EXCLUSIVO FOLHA****
    Retrato do diretor e cineasta Domingos de Oliveira

    No filme, uma das paixões de Felipe é Gilda, um jovem cantora vivida por Sophie Charlotte. Para compor a personagem, a atriz conta que não se inspirou em uma figura específica, mas em um "universo de mulheres que foram ícones dos anos 1960", década em que Oliveira começou a se destacar como cineasta, com filmes como "Todas as Mulheres do Mundo" (1966) e "Edu, Coração de Ouro" (1967).

    Além de Caio Blat e Sophie Charlotte, participaram do debate Glauce Guima e Gabriel Antunes, que também estão no elenco, como amigos de Felipe. Além deles, estava a produtora Renata Paschoal.

    "Eu realmente não me sentia produzindo um filme. Era como se organizasse uma festa", diz Renata sobre "BR716", que foi filmado ao longo de quatro semanas.

    Parceira de Oliveira há mais de uma década, ela contou que se adaptou bem ao estilo heterodoxo do diretor. "Não há uma cartilha de filmagens. Tudo muda o tempo todo".

    "BR716" foi o maior vencedor do Festival de Gramado, que aconteceu há dois meses. O longa conquistou os prêmios de melhor filme, direção, trilha sonora e atriz coadjuvante (Glauce Guima).

    Trata-se do 18º longa do diretor carioca, que completou 80 anos em setembro. No teatro, Oliveira já escreveu 26 peças e dirigiu 57 espetáculos.

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