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    Flip vai homenagear escritor carioca Lima Barreto na edição de 2017

    FRANCESCA ANGIOLILLO
    EDITORA-ADJUNTA DE CULTURA

    11/11/2016 18h00

    "Defendi bravamente meu preferido", diz Joselia Aguiar sobre a escolha do escritor carioca Lima Barreto (1881-1922) como homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty em 2017, primeira edição sob sua curadoria.

    Em 2014, a jornalista organizou, ao lado da tradutora Denise Bottmann, uma campanha on-line em torno do nome de Lima Barreto para o evento –que celebrou Millôr Fernandes (1923-2012).

    A curadora explica que o nome de Lima Barreto estava na "lista de nomes possíveis" para a Flip há muito tempo, mesmo antes de 2014. "Há sempre uma vontade da Flip de surpreender; desta vez o entendimento foi que a surpresa seria confirmá-lo."

    Divulgação
    Literatura: o escritor Lima Barreto (1881-1922), autor do romance "Triste Fim de Policarpo Quaresma", fotografado no Hospital Psiquiátrico Pedro II, onde hoje funciona o Intituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no ano de 1919. (Divulgação). *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
    O escritor Lima Barreto fotografado no Hospital Psiquiátrico Pedro II

    A obra de Lima Barreto é marcada pela sátira e por dar voz a personagens marginalizados. Sua biografia costuma ser recordada, ela própria, como uma história de marginalização: negro, pobre, interno em manicômios.

    Aguiar ressalta, porém, que "antes de tudo é preciso dar a ver sua inventividade literária". "Lima Barreto pode levar a debates interessantes sobre o que foi moderno sem ser necessariamente modernista. Há toda uma linhagem que parece seguir sua trilha, Jorge Amado de algum modo e João Antônio inegavelmente."

    "Depois, em torno de sua vida e obra podemos discutir grandes temas, como o poder e a estrutura social brasileira, o preconceito de cor, uma certa visão de Brasil, a imprensa, as trajetórias que estão à margem, as intersecções entre literatura e política, literatura e loucura, a cidade e seu habitante", frisa.

    Com um homenageado marginal, volta a expectativa de que o evento contemple participantes representativos de minorias –mulheres e negros foram ausências notadas e criticadas pelo público em edições recentes.

    "O que está à margem hoje? É uma pergunta interessante. Algumas questões derivam de Lima Barreto, como a racial, sem dúvida. Não poderia adiantar muito mais que isso, porque ainda está em maturação, e para manter o suspense também."

    Em 2017, o evento acontecerá não no início, como de hábito, mas no fim de julho, entre os dias 26 e 30, para aproveitar as férias escolares.

    A Flip também anunciou a criação de um programa de patronos, voltado a pessoas físicas que desejem apoiar o evento e suas ações educativas. O programa oferece benefícios, como ingressos (informações em flip.org.br/faca-parte/seja-patrono ).

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